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Hiroshima lembra 68º aniversário da bomba atômica

Idosos sobreviventes do bombardeio, autoridades do governo e delegados estrangeiros observaram um minuto de silênci

Hiroshima: um bombardeiro americano B-29 batizado de "Enola Gay" lançou a bomba atômica no dia 6 de agosto de 1945, durante uma ação decisiva para acabar com a Segunda Guerra Mundial. (Wikimedia Commons/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 16h12.

Dezenas de milhares de pessoas lembraram nesta terça-feira, no memorial da paz de Hiroshima, o 68º aniversário da bomba atômica lançada contra esta cidade do Japão , país onde o sentimento antinuclear se intensificou desde a catástrofe na usina de Fukushima em 2011.

Idosos sobreviventes do bombardeio, autoridades do governo e delegados estrangeiros observaram um minuto de silêncio às 08H15 local (20H15 Brasília de segunda-feira), a hora da explosão que converteu a cidade em um inferno nuclear.

Um bombardeiro americano B-29 batizado de "Enola Gay" lançou a bomba atômica no dia 6 de agosto de 1945, durante uma ação decisiva para acabar com a Segunda Guerra Mundial. O ataque matou 140 mil pessoas até dezembro do mesmo ano. Três dias depois o porto de Nagasaki foi bombardeado, deixando outros 70.000 mortos.

"Oferecemos do fundo do coração nosso consolo e apoio às almas das vítimas e afirmamos que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para eliminar este mal absoluto constituído pelas armas nucleares e construir um mundo em paz", disse nesta terça-feira o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui.

"Os japoneses foram a única nação bombardeada com a bomba atômica", disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe, durante a cerimônia.

"Somos responsáveis por construir um mundo sem armas nucleares e temos o dever de transmitir sua crueldade às gerações futuras", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em um comunicado que coincide com "a visão errônea segundo a qual a segurança é alcançada buscando o domínio militar e com ameaças de aniquilação mútua".

"Não esquecemos. Sabemos que este é um beco sem saída", acrescentou.


Horas depois, autoridades japonesas mostraram publicamente pela primeira vez o maior barco militar já construído pelo Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A embarcação, de 248 metros de comprimento e batizada de "Izumo", está em construção nos estaleiros de Yokohama (sul de Tóquio). O custo de sua construção é estimado em 1,2 bilhão de dólares e o barco, um porta-helicópteros com capacidade para nove aeronaves, estará em operação pouco depois de 2015.

Seu batismo, que contou com a presença do vice-primeiro-ministro, Taro Aso, ocorreu num momento em que o governo japonês toma medidas para se dotar de forças de defesa mais importantes, gerando preocupação nas vizinhas China e Coreia do Sul.

O lançamento deste barco ocorre num contexto de meses de tensões com a China e, em menor medida, com a Coreia do Sul por disputas territoriais.

Após a vitória do Partido Liberal Democrata nas legislativas de dezembro de 2012, o governo japonês advertiu que não vacilaria em recorrer à força em caso de desembarque chinês nas Senkaku, ilhas despovoadas 200 km a noroeste da costa de Taiwan, reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu.

Em janeiro, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe aprovou um orçamento militar de 50 bilhões de dólares para 2013-2014, em alta pela primeira vez em onze anos.


Paralelamente, Tóquio anunciou sua intenção de constituir uma força especial de 600 homens e 12 navios para vigiar e proteger as ilhas em disputa.

Tóquio insiste que a celebração de Hiroshima e o lançamento do porta-helicópteros são uma coincidência.

Entre os que compareceram à cerimônia em recordação do bombardeio nuclear desta terça-feira estavam Clifton Truman Daniel, neto do presidente americano Harry Truman, que deu a ordem dos bombardeios. Ele foi o primeiro familiar de Truman a comparecer a uma cerimônia comemorativa no Japão.

A maioria dos sobreviventes da bomba, conhecidos pelo nome de "hibakusha", se opõem categoricamente a qualquer utilização do átomo. No Japão, o movimento de protesto contra a energia nuclear se fortaleceu desde que o governo decidiu no ano passado reativar dois reatores nucleares após o acidente de Fukushima de 2011.

O bombardeio de Hiroshima foi seguido pelo de Nagasaki, que no dia 9 de agosto deixou 70.000 mortos. Os dois ataque levaram à rendição do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial, no dia 15 de agosto de 1945.

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Dezenas de milhares de pessoas lembraram nesta terça-feira, no memorial da paz de Hiroshima, o 68º aniversário da bomba atômica lançada contra esta cidade do Japão , país onde o sentimento antinuclear se intensificou desde a catástrofe na usina de Fukushima em 2011.

Idosos sobreviventes do bombardeio, autoridades do governo e delegados estrangeiros observaram um minuto de silêncio às 08H15 local (20H15 Brasília de segunda-feira), a hora da explosão que converteu a cidade em um inferno nuclear.

Um bombardeiro americano B-29 batizado de "Enola Gay" lançou a bomba atômica no dia 6 de agosto de 1945, durante uma ação decisiva para acabar com a Segunda Guerra Mundial. O ataque matou 140 mil pessoas até dezembro do mesmo ano. Três dias depois o porto de Nagasaki foi bombardeado, deixando outros 70.000 mortos.

"Oferecemos do fundo do coração nosso consolo e apoio às almas das vítimas e afirmamos que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para eliminar este mal absoluto constituído pelas armas nucleares e construir um mundo em paz", disse nesta terça-feira o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui.

"Os japoneses foram a única nação bombardeada com a bomba atômica", disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe, durante a cerimônia.

"Somos responsáveis por construir um mundo sem armas nucleares e temos o dever de transmitir sua crueldade às gerações futuras", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em um comunicado que coincide com "a visão errônea segundo a qual a segurança é alcançada buscando o domínio militar e com ameaças de aniquilação mútua".

"Não esquecemos. Sabemos que este é um beco sem saída", acrescentou.


Horas depois, autoridades japonesas mostraram publicamente pela primeira vez o maior barco militar já construído pelo Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A embarcação, de 248 metros de comprimento e batizada de "Izumo", está em construção nos estaleiros de Yokohama (sul de Tóquio). O custo de sua construção é estimado em 1,2 bilhão de dólares e o barco, um porta-helicópteros com capacidade para nove aeronaves, estará em operação pouco depois de 2015.

Seu batismo, que contou com a presença do vice-primeiro-ministro, Taro Aso, ocorreu num momento em que o governo japonês toma medidas para se dotar de forças de defesa mais importantes, gerando preocupação nas vizinhas China e Coreia do Sul.

O lançamento deste barco ocorre num contexto de meses de tensões com a China e, em menor medida, com a Coreia do Sul por disputas territoriais.

Após a vitória do Partido Liberal Democrata nas legislativas de dezembro de 2012, o governo japonês advertiu que não vacilaria em recorrer à força em caso de desembarque chinês nas Senkaku, ilhas despovoadas 200 km a noroeste da costa de Taiwan, reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu.

Em janeiro, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe aprovou um orçamento militar de 50 bilhões de dólares para 2013-2014, em alta pela primeira vez em onze anos.


Paralelamente, Tóquio anunciou sua intenção de constituir uma força especial de 600 homens e 12 navios para vigiar e proteger as ilhas em disputa.

Tóquio insiste que a celebração de Hiroshima e o lançamento do porta-helicópteros são uma coincidência.

Entre os que compareceram à cerimônia em recordação do bombardeio nuclear desta terça-feira estavam Clifton Truman Daniel, neto do presidente americano Harry Truman, que deu a ordem dos bombardeios. Ele foi o primeiro familiar de Truman a comparecer a uma cerimônia comemorativa no Japão.

A maioria dos sobreviventes da bomba, conhecidos pelo nome de "hibakusha", se opõem categoricamente a qualquer utilização do átomo. No Japão, o movimento de protesto contra a energia nuclear se fortaleceu desde que o governo decidiu no ano passado reativar dois reatores nucleares após o acidente de Fukushima de 2011.

O bombardeio de Hiroshima foi seguido pelo de Nagasaki, que no dia 9 de agosto deixou 70.000 mortos. Os dois ataque levaram à rendição do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial, no dia 15 de agosto de 1945.

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