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Hillary deixa diplomacia dos EUA com um olho na Casa Branca

A guinada de 180º que a secretária americana deu na diplomacia do país a habilitaria a disputar a Casa Branca em 2016


	A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, discursa: Hillary deixa o cargo no auge de sua popularidade
 (Mandel Ngan/AFP)

A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, discursa: Hillary deixa o cargo no auge de sua popularidade (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 11h06.

Washington - A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, deixa nesta sexta-feira seu cargo depois de ter dado uma guinada de 180º na diplomacia americana e em sua política externa, grandes conquistas que a habilitariam a disputar a Casa Branca em 2016, possibilidade que ainda permanece indefinida.

Hillary deixa o cargo no auge de sua popularidade, depois de ter defendido arduamente durante quatro anos a política diplomática de Barack Obama.

Mas embora os analistas reconheçam seu profissionalismo, energia e carisma "excepcionais" para defender os valores e os interesses da primeira potência mundial, têm mais dificuldades em atribuir a ela grandes êxitos profissionais ou estrondosos fracassos.

Na hora de passar o bastão, a advogada que foi primeira-dama, senadora e candidata às primárias democratas para as presidenciais de 2008 recebeu uma chuva de elogios em sua última semana no posto: recepções, aplausos de seus funcionários, conferências, entrevistas à imprensa e inclusive uma reunião com Obama, que a definiu como "uma das melhores secretárias de Estado" da história dos Estados Unidos.

Por sua vez, Hillary afirmou na quinta-feira estar orgulhosa de ter sido a porta-voz de um "Estados Unidos mais forte em casa e mais respeitado no mundo" graças a "uma forma diferente de fazer diplomacia".

Também lembrou a herança deixada pelo ex-presidente George W. Bush (2001-2009) quando Obama lhe confiou o cargo: "Duas guerras, uma economia em queda livre, alianças fracas, um status diplomático ferido e muitas perguntas no mundo sobre os valores dos Estados Unidos".

Quatro anos mais tarde, Hillary se gaba de ter "revitalizado a diplomacia americana e consolidado suas alianças" e de ter fornecido seu grão de areia às retiradas do Iraque e em breve do Afeganistão, à eliminação de Osama Bin Laden, à intervenção na Líbia, ao apoio da Primavera Árabe, ao isolamento de Coreia do Norte e Irã, ao reequilíbrio com a Ásia e à aproximação com Europa, América Latina e África.


"Em 2009, tudo precisava ser reconstruído, os Estados Unidos saíam de uma década horrível. (...) Ela restaurou a imagem dos Estados Unidos no mundo, isso é inquestionável", afirma um diplomata ocidental.

O ex-embaixador americano em Israel Martin Indyk também admira "a força da política Clinton, que reabilitou as relações exteriores dos Estados Unidos com os dirigentes, assim como com seus povos"

Com um recorde de 112 países visitados, aplaudida em Kosovo, Camboja, Índia e Malauí, esta adepta da "diplomacia da influência (...) é uma 'rock star' em sua maneira de querer estar em tudo, fornecendo muito a um presidente que não tem o tempo nem o gosto para fazer como ela", afirma Indyk, analista da Brookings Institution.

Incansável defensora dos direitos das mulheres e dos homossexuais, da saúde e da liberdade na internet, Hillary parte sem ter colocado seu nome em uma grande ação diplomática. Para o professor Aaron David Miller, do Wilson Center, isto ocorreu porque Obama abriu pouco espaço a ela e porque "nunca desde Richard Nixon (1969-1974) um presidente controlou tanto a política externa".

Clinton deixa o cargo com uma popularidade de 69%, maior que a de seu presidente, opiniões a favor que a apontam como uma boa candidata para as presidenciais de 2016.

No entanto, nesta semana conseguiu se desvencilhar de todas as perguntas sobre seu futuro político, afirmando que, no momento, só pensa em recuperar seus "20 anos de sono perdidos".

"Se decidir se candidatar, é invencível nas primárias democratas", considera o diplomata, que, no entanto, vê dois freios em sua carreira: "a mancha política do tema de Benghazi e sua saúde".

Aos 65 anos, Hillary reconheceu estar esgotada e passou o Ano Novo no hospital depois de ter sofrido um coágulo sanguíneo na cabeça após uma queda em dezembro.

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