Harvard reformula relação com privado para melhorar patentes
De 2006 a 2011, o número de patentes obtidas pela Universidade Harvard subiu de uma média de 35 para 60 por ano
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 09h51.
São Paulo - Nos últimos seis anos, a Universidade Harvard , nos Estados Unidos, conseguiu melhorar seus indicadores relacionados à transferência de tecnologia, que representavam um ponto opaco no desempenho da líder de vários rankings internacionais de instituições de ensino superior.
O número de invention disclosures, documentos com a descrição de resultados de pesquisas para avaliar a possibilidade de sua proteção por meio de direitos de propriedade intelectual, aumentou de 180, no ano de 2006, para 351, em 2011.
No mesmo período, o número de patentes obtidas no escritório de marcas e patentes dos Estados Unidos (Uspto, na sigla em inglês) subiu de 35 para 60, enquanto o de tecnologias licenciadas cresceu de 11 para 45.
O combustível dessa mudança foi uma reforma na estrutura e nas práticas do Escritório de Desenvolvimento Tecnológico (OTD) de Harvard, voltada para multiplicar a cooperação entre a universidade e o setor privado.
Não por acaso, subiu de 12 para 75 o número de acordos entre Harvard e empresas envolvendo a chamada pesquisa patrocinada, modalidade em que companhias financiam o trabalho realizado em um laboratório da universidade muitas vezes em troca de privilégio no licenciamento de descobertas resultantes.
O montante investido nesses acordos chegou a US$ 37,2 milhões em 2011, quatro vezes mais do que o total de 2006. Entre as empresas que celebraram parcerias estratégicas recentes com Harvard destaca-se, por exemplo, a Novartis, para desenvolver fármacos a partir de células-tronco junto com Lee Rubin, do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
O movimento feito por Harvard é exemplar de um fenômeno que se esboça nos escritórios de transferência de tecnologia de universidades – e não apenas naquelas de classe mundial.
Além das tarefas rotineiras, que consistem em identificar descobertas com potencial econômico e protegê-las por meio de patentes, esses escritórios abraçam várias outras atividades, como fomentar colaborações de pesquisa de longo prazo entre empresas e laboratórios, auxiliar na criação de empresas baseadas em tecnologias nascentes, arregimentar investidores privados para financiá-las, oferecer a consultoria de pesquisadores para a indústria e estimular o empreendedorismo já entre os estudantes de graduação.
“A experiência mostra que é possível alcançar resultados altamente positivos quando empresas e universidades, a despeito de suas diferenças culturais, comprometem-se com parcerias em que ambos os lados saem ganhando”, diz Todd Sherer, presidente da Associação de Gestores de Tecnologia das Universidades (AUTM), entidade que congrega 3,5 mil profissionais vinculados a 350 universidades, instituições e hospitais de pesquisa em vários países e lhes oferece treinamento e apoio sobre mecanismos de transferência de tecnologia.
São Paulo - Nos últimos seis anos, a Universidade Harvard , nos Estados Unidos, conseguiu melhorar seus indicadores relacionados à transferência de tecnologia, que representavam um ponto opaco no desempenho da líder de vários rankings internacionais de instituições de ensino superior.
O número de invention disclosures, documentos com a descrição de resultados de pesquisas para avaliar a possibilidade de sua proteção por meio de direitos de propriedade intelectual, aumentou de 180, no ano de 2006, para 351, em 2011.
No mesmo período, o número de patentes obtidas no escritório de marcas e patentes dos Estados Unidos (Uspto, na sigla em inglês) subiu de 35 para 60, enquanto o de tecnologias licenciadas cresceu de 11 para 45.
O combustível dessa mudança foi uma reforma na estrutura e nas práticas do Escritório de Desenvolvimento Tecnológico (OTD) de Harvard, voltada para multiplicar a cooperação entre a universidade e o setor privado.
Não por acaso, subiu de 12 para 75 o número de acordos entre Harvard e empresas envolvendo a chamada pesquisa patrocinada, modalidade em que companhias financiam o trabalho realizado em um laboratório da universidade muitas vezes em troca de privilégio no licenciamento de descobertas resultantes.
O montante investido nesses acordos chegou a US$ 37,2 milhões em 2011, quatro vezes mais do que o total de 2006. Entre as empresas que celebraram parcerias estratégicas recentes com Harvard destaca-se, por exemplo, a Novartis, para desenvolver fármacos a partir de células-tronco junto com Lee Rubin, do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
O movimento feito por Harvard é exemplar de um fenômeno que se esboça nos escritórios de transferência de tecnologia de universidades – e não apenas naquelas de classe mundial.
Além das tarefas rotineiras, que consistem em identificar descobertas com potencial econômico e protegê-las por meio de patentes, esses escritórios abraçam várias outras atividades, como fomentar colaborações de pesquisa de longo prazo entre empresas e laboratórios, auxiliar na criação de empresas baseadas em tecnologias nascentes, arregimentar investidores privados para financiá-las, oferecer a consultoria de pesquisadores para a indústria e estimular o empreendedorismo já entre os estudantes de graduação.
“A experiência mostra que é possível alcançar resultados altamente positivos quando empresas e universidades, a despeito de suas diferenças culturais, comprometem-se com parcerias em que ambos os lados saem ganhando”, diz Todd Sherer, presidente da Associação de Gestores de Tecnologia das Universidades (AUTM), entidade que congrega 3,5 mil profissionais vinculados a 350 universidades, instituições e hospitais de pesquisa em vários países e lhes oferece treinamento e apoio sobre mecanismos de transferência de tecnologia.