Mundo

Hamas não espera que visita de Obama ajude os palestinos

Segundo o movimento islâmico, a visita do presidente Obama a Ramala serve apenas à "colonização" israelense


	Haniyeh: segundo ele, "a política (dos EUA) consagra a colonização e a disfarça sob slogans de paz"
 (Mustafa Ozer/AFP)

Haniyeh: segundo ele, "a política (dos EUA) consagra a colonização e a disfarça sob slogans de paz" (Mustafa Ozer/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 11h27.

Gaza - O movimento islâmico Hamas não espera que a visita a Ramala do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ajude os palestinos a obter seus "direitos legítimos", mas unicamente à "colonização" israelense.

"Não esperamos que Obama vá mudar a equação política no terreno. Não vemos que a política americana vá pôr fim à ocupação israelense", disse o primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniyeh, em mensagem aos jornalistas.

Segundo Haniyeh, "a política (dos EUA) consagra a colonização e a disfarça sob slogans de paz".

Obama chegou nesta quinta-feira à cidade cisjordaniana de Ramala, onde a Autoridade Nacional Palestina (ANP) governa, em sua primeira visita como presidente ao território palestino, uma viagem não isenta de críticas populares e que os islamitas repudiaram desde a Faixa de Gaza.

"A ANP deve assumir que seu futuro está ligado aos seus compromissos com os direitos legítimos e méritos palestinos, além da imediata aplicação dos acordos de reconciliação", acrescenta a nota.


Os dois grandes movimentos palestinos, o nacionalista Fatah e o islamita Hamas, concordaram que devem resolver suas diferenças em processo de reconciliação interna que deveria conduzir às eleições gerais neste ano.

Obama abordará nesta quinta com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, as possíveis vias para ajudar os palestinos e israelenses a retomarem as negociações de paz, interrompidas em 2010 apenas três semanas depois de ter começado.

Para os palestinos, seu reatamento só será possível se Israel cessar a construção dos assentamentos, e não em troca de meros "gestos de boa vontade", disse o negociador Saeb Erekat.

Em entrevista à "Voz da Palestina", Erekat declarou que um encontro agora com os israelenses "não faria sentido quando Israel não cumpriu 82% de seus compromissos" de acordos anteriores.

O analista político de Gaza Hani Habib considerou que desta visita de Obama não sairá "nada de novo", com a exceção de "mais pressão sobre o lado palestino para (negociar) sem que Israel cesse a construção nos assentamentos". 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaConflito árabe-israelenseEstados Unidos (EUA)IsraelPaíses ricosPalestinaPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua