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Guardian se alia ao New York Times no caso Snowden

Jornal britânico deverá repassar a seu companheiro americano parte dos documentos secretos entregues pelo ex-técnico de inteligência


	Cópias do jornal The Guardian em Londres: jornal revelou programas secretos de monitoramento dos EUA e Grã-Bretanha
 (Suzanne Plunkett/Reuters)

Cópias do jornal The Guardian em Londres: jornal revelou programas secretos de monitoramento dos EUA e Grã-Bretanha (Suzanne Plunkett/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 19h32.

Washington - O jornal britânico The Guardian anunciou na sexta-feira um acordo para repassar ao The New York Times parte dos documentos secretos entregues pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.

A parceria foi divulgada em um breve texto no site do Guardian, que nesta semana revelou pressões do governo britânico para destruir informações fornecidas por Snowden.

Foi o Guardian que revelou, no começo de junho, os documentos secretos entregues por Snowden mostrando os amplos programas secretos de monitoramento de comunicações telefônicas e digitais pelos governos dos EUA e Grã-Bretanha.

"Em um clima de intensa pressão por parte do governo do Reino Unido, o Guardian decidiu trazer um parceiro dos EUA para trabalhar em cima dos documentos da GCHQ (órgão de segurança nacional do governo britânico) fornecidos por Edward Snowden. Estamos trabalhando em uma parceira com o NYT e outros para continuar publicando essas reportagens", disse o Guardian em nota.

Representantes do Times não responderam de imediato a pedidos da Reuters para comentar o assunto.

Mas uma fonte familiarizada com o acordo disse que ele foi selado há várias semanas, e que Jill Abramson, editora-executiva do Times, se envolveu pessoalmente na negociação.

O site Buzzfeed noticiou que Scott Shane, repórter do Times especializado em segurança nacional e inteligência, está preparando uma série de reportagens que deve ser publicada no mês que vem em conjunto com o Guardian.

O jornal britânico disse que, com essa parceria, poderá "continuar expondo a vigilância maciça, ao colocar os documentos de Snowden a respeito da GCHQ fora do alcance do governo".

A publicação disse ainda que Snowden, que se refugiou na Rússia após fazer as revelações, está ciente do acordo.

Alan Rusbridger, editor do Guardian, disse nesta semana que o jornal foi ameaçado de um processo judicial se não destruísse ou entregasse todos os arquivos fornecidos por Snowden. Dois agentes de inteligência posteriormente supervisionaram a destruição dos discos rígidos na sede do Guardian, mas o editor disse que isso não impedirá o jornal de continuar fazendo revelações, já que havia cópias no exterior.

A Grã-Bretanha diz que suas agências de segurança atuam de acordo com a lei, e que os vazamentos propiciados por Snowden são uma ameaça à segurança nacional.

O principal jornalista do Guardian envolvido nas revelações, Glenn Greenwald, vive no Rio de Janeiro. O companheiro dele, o brasileiro David Miranda, passou no fim de semana nove horas detido por autoridades britânicas no aeroporto Heathrow, quando voltava de Berlim para o Rio transportando novos arquivos remetidos por Snowden. Os aparelhos eletrônicos onde os arquivos estavam guardados foram confiscados.

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