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Guaidó garante que governo Maduro "está derrotado"

Representantes da oposição, liderados por Guaidó, e de Nicolas Maduro têm negociado saída para crise da Venezuela nas últimas semanas com ajuda da Noruega

JUAN GUAIDÓ: "Digo-lhes com propriedade: o 'quando' (o presidente vai sair) está muito perto porque estamos determinados e decididos a continuar lutando pelo nosso país" (Isaac Urrutia/Reuters)

JUAN GUAIDÓ: "Digo-lhes com propriedade: o 'quando' (o presidente vai sair) está muito perto porque estamos determinados e decididos a continuar lutando pelo nosso país" (Isaac Urrutia/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de junho de 2019 às 18h16.

O líder opositor Juan Guaidó afirmou neste sábado (1) que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, 'está derrotado' e que sua saída do poder se aproxima, em um momento em que delegados das duas partes celebram conversações para resolver a crise.

"Não se importam com nosso povo, se importam em roubar os reais para ver como se mantêm aí (...) Eles já perderam, estão derrotados", disse Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por meia centena de países, durante manifestação da oposição no estado de Barinas (oeste).

O opositor faz uma visita às planícies venezuelanas. Na sexta-feira, esteve em Sabaneta de Barinas, berço do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), para seguir exigindo que Maduro cesse a "usurpação" do poder.

"Digo-lhes com propriedade: o 'quando' (o presidente vai sair) está muito perto porque estamos determinados e decididos a continuar lutando pelo nosso país", afirmou o líder do Parlamento, de maioria opositora, na localidade de Socopó.

Entre vivas e aplausos de várias centenas de pessoas, Guaidó destacou que "sobram razões" para protestar, como a escassez de gasolina, a falta d'água e os prolongados apagões que se aprofundam desde março no interior do país.

"Para estar na rua é preciso estar organizados (...) Hoje sobram razões", assegurou mais cedo o dirigente, que neste sábado vai encabeçar outro comício na capital de Barinas.

Diálogo e rua

Para Winston Bayona são quase insuportáveis as quilométricas filas para abastecer com gasolina e a escassez do combustível se aprofundou em meados de maio nas províncias devido a uma queda no refino e à falta de divisas para importar o que falta.

"Quase não se aguenta mais a situação que vivemos", disse à AFP o mecânico de 50 anos, que optou por se deslocar em moto e bicicleta para economizar combustível.

Em uma tentativa de resolver a crise, Guaidó - que assegurou na sexta-feira "seguir em todos os terrenos de luta" - aceitou diálogos exploratórios com o governo de Maduro sob a mediação da Noruega.

Entre a segunda e a quarta-feira passadas, as partes celebraram um primeiro encontro frente à frente em Oslo que, segundo Guaidó, terminou "sem acordo".

Em meados de maio, mantiveram contatos em separado com o governo do país europeu.

Elda Martínez, bibliotecária do departamento (estado) de Barinas, vê as conversas como uma possibilidade de resolver o conflito, desde que se mantenham os protestos.

"Precisamos que nosso presidente Guaidó e o ditador cheguem a um acordo para que possamos sair desta crise, mas devemos continuar na rua", disse Martínez, de 54 anos, à AFP.

Desde que se proclamou presidente interino, em 23 de janeiro, depois que o Parlamento declarou ilegítima a reeleição de Maduro, Guaidó lidera manifestações multitudinárias nas quais chama os militares a darem as costas ao presidente socialista.

Mas suas convocações tiveram uma fraca repercussão desde que um pequeno grupo de militares liderou um levante em 30 de abril.

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