Grupo misterioso diz ter atacado a embaixada da Coreia do Norte na Espanha
Grupo Defesa Civil de Cheollima anunciou que a operação aconteceu sem violência e com o objetivo de acabar com "atividades ilegais" da diplomacia do regime
AFP
Publicado em 27 de março de 2019 às 16h05.
Última atualização em 27 de março de 2019 às 16h11.
Um grupo de oposição ao dirigente norte-coreano Kim Jong Un reivindicou nesta quarta-feira o recente ataque à embaixada da Coreia do Norte em Madri e afirmou que compartilhou informações importantes com o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.
A organização Defesa Civil de Cheollima (CCD, na sigla em inglês) anunciou que executou a operação, sem violência e sem armas, para acabar com as atividades ilegais das representações diplomáticas norte-coreanas.
Na terça-feira, a justiça da Espanha acusou um mexicano, Adrián Hong Chang, 35 anos, de ter liderado o grupo que invadiu em 22 de fevereiro a embaixada norte-coreana em Madri, poucos dias antes de uma reunião de cúpula entre Kim e Donald Trump em Hanói.
Um tribunal espanhol afirmou que o mexicano, que teria atuado por vontade própria, liderou um grupo de 10 pessoas no ataque. No local, Hong Chang e seus cúmplices, incluindo ao menos um americano e um sul-coreano, exibiram armas de fogo falsas, pequenos machados, facas e barras de ferro.
Aproveitando um "descuido dos funcionários", entraram na embaixada e agrediram as pessoas, que foram imobilizadas.
A CCD negou ter atuado com violência em um comunicado publicado na internet. "Nos convidaram à embaixada e, ao contrário do que dizem, ninguém foi amordaçado ou agredido", afirmou o grupo. "Por respeito à nação anfitriã, Espanha, não foram usadas armas. Todos os ocupantes da embaixada foram tratados com dignidade", completou.
O grupo, que oferece assistência às pessoas que tentam desertar da Coreia do Norte, se tornou conhecido em 2017 quando divulgou um vídeo do filho do meio-irmão assassinado do dirigente norte-coreano, alegando que garantia a sua segurança.
No mês passado, a CCD proclamou um governo no exílio para o Norte chamado "Free Joseon", antigo nome da Coreia. "A organização compartilhou algumas informações de grande valor potencial com o FBI nos Estados Unidos, sob termos mutuamente acordados de confidencialidade", afirma o comunicado.