Mundo

Grécia vai pagar 2 mil euros para quem tiver filhos a partir de 2020

A medida surge como resposta às projeções de envelhecimento e redução da população

Crianças: estatísticas mostram uma redução muito acentuada da taxa de natalidade (Image Source/Getty Images)

Crianças: estatísticas mostram uma redução muito acentuada da taxa de natalidade (Image Source/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 09h16.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2020 às 09h18.

O Governo grego aprovou uma lei que concede um abono de 2 mil euros por cada criança nascida no país a partir de 1º de janeiro de 2020. A medida surge como resposta às projeções de envelhecimento e redução da população.

O Governo pretende dar apoio aos futuros pais durante os primeiros anos de vida do filho. O benefício vai ser pago em duas parcelas anuais e está disponível para qualquer família cujos rendimentos anuais não excedam os 40 mil euros.

A nova medida indica redução de um terço da população grega nos próximos 30 anos. As estatísticas mostram uma redução muito acentuada da taxa de natalidade, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Segundo o Eurostat, (Serviço de Estatística da União Europeia) até 2050, cerca de 36% da população grega vai ter mais de 65 anos, uma previsão que preocupa o Governo, devido às implicações na força de trabalho.

"As pessoas podem pensar que esta é uma questão de orgulho nacional, mas na verdade é uma questão de preservação nacional. As altas taxas de produtividade estão associadas às populações jovens e não ao envelhecimento ativo, por isso este assunto deve ser uma prioridade do crescimento económico. Tudo isto fica pior, quando olhamos para o estado difícil do nosso sistema de pensões", afirmou a vice-ministra do Trabalho e dos Assuntos Sociais, Domma Michailidou.

Entre 2010 e 2015, quando a taxa de desemprego atingiu os 28%, cerca de 500 mil pessoas deixaram o país para procurar emprego. "A maioria eram jovens profissionais, agora estabelecidos em zonas mais prósperas do continente Europeu, dos Estados Unidos, Canadá e Austrália", declarou Michailidou.

"Ter 5% da nossa população mais instruída e que está em idade reprodutiva fora do país agravou muito a nossa situação", acrescentou a ministra do Trabalho e dos Assuntos Sociais grega.

Durante a crise, a Grécia perdeu cerca de um quarto da sua produção económica, e sofreu um corte de 40% no orçamento da saúde e, consequentemente, as taxas de natalidade diminuiram consideravelmente.

"A grande queda no financiamento e o efeito que teve nos serviços médicos criaram muita insegurança nas mulheres", afirmou Stefanos Chandakas, ginecologista.

O bonus para a taxa de natalidade irá custar ao Governo cerca de 180 milhões de euros por ano, o equivalente a 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) e estará disponível para qualquer estrangeiro que resida no país há pelo menos 12 meses, uma medida que não foi vista com bons olhos por alguns membros do Governo de Kyruakos Mitsotakis.

Acompanhe tudo sobre:CriançasGréciaTaxa de natalidade

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA