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Grécia aposta na força do turismo para sair da crise

Governo vai investir 5,6 bilhões de euros para modernizar o setor, que responde por quase 20% do PIB do país

Manifestações que tomaram as ruas de Atenas ameaçaram arranhar imagem do badalado destino turístico (Aris Messinis/AFP)

Manifestações que tomaram as ruas de Atenas ameaçaram arranhar imagem do badalado destino turístico (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2010 às 09h35.

 

São Paulo - A Grécia vai investir 5,6 bilhões de euros na modernização dos transpores e de outros serviços para atrair os turistas na temporada de verão que começa em agosto. Apesar da atmosfera de tensão presente no país desde o começo da crise financeira, o governo aposta no bom desempenho do setor mais importante de sua economia para impulsionar a recuperação.

A decisão de destinar a cifra - que corresponde a 14,2% dos gastos públicos previstos para 2010 - para o turismo vem em boa hora. Quase um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia depende desta atividade, e uma queda na demanda dificultaria ainda mais o caminho do país para resolver seus problemas financeiros, que não são pequenos. A dívida pública grega ronda a casa dos 300 bilhões de euros, enquanto seu PIB é de aproximadamente 250 bilhões de euros.

Os acontecimentos das últimas semanas justificam as preocupações do governo com o setor. Uma série de greves gerais e protestos que tomaram as ruas da capital Atenas entre fevereiro e maio representou grande ameaça à imagem do país, que é um dos destinos mais procurados pelos turistas de todo o mundo.

Entretanto, o Ministério da Cultura e Turismo da Grécia afirmou, por meio de nota, que o país está pronto para o verão. "Após a explosão (das manifestações violentas, nos primeiros dias de maio), a típica atmosfera calma está de volta", afirma o órgão.

De acordo com informações da Associação das Empresas Gregas de Turismo, vinculada ao Ministério, o fluxo de reservas de quartos feitas por clientes estrangeiros continua estável, em comparação com a temporada de 2009. A entidade afirma que nenhuma das manifestações ocorridas no início do mês atingiu os principais pontos turísticos do país e não houve, até agora, interferência na demanda.
 


Crise anterior

George Stavrou, responsável pela sede grega da cadeia internacional de hotéis Accor, confirma que o clima do setor não mudou com os atuais problemas financeiros. "Creio que o turismo na Grécia sofreu influências principalmente da crise econômica mundial, e não das circunstâncias que atravessamos agora", diz.

Ele explica que há 16 meses o grupo Accor, que possui dois hotéis em Atenas, começou a verificar uma queda na procura por quartos. "Em 2009, enfrentamos uma redução de 10% nas chegadas de turistas e de quase 18% nas nossas receitas, à medida que os clientes estrangeiros diminuíam a duração de sua estadia e seus gastos per capita."

Em 2010, entretanto a previsão é que a receita se mantenha no mesmo nível do ano passado, ou até aumente. "Na verdade, sentimos que o turismo grego sofrerá um impacto positivo neste ano, primeiro porque a depreciação que o euro vem apresentando frente ao dólar vai deixar nossos preços mais competitivos. Depois, porque as operadoras vão propor taxas ainda mais baixas para atrair os turistas."

Embora a solução dos problemas econômicos na Grécia ainda pareça distante, no que depender do turismo, a postura otimista vai permanecer. "O país é o destino que combina conforto, estilo e cultura. Estamos investindo largamente, o que nos deixa prontos para dar as boas vindas aos visitantes na temporada 2010", afirma o Ministério do Turismo.

Leia mais: Vale mais ir para a Grécia do que para os Estados Unidos.
 


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