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Governo venezuelano recusa mediação de Mujica nos protestos

O anúncio foi realizado pelo chanceler venezuelano, Elías Jaua, em Montevidéu


	O presidente do Uruguai, José Mujica: no Uruguai, o apoio do governo a Maduro foi duramente criticado pela oposição
 (Andres Stapff/Reuters)

O presidente do Uruguai, José Mujica: no Uruguai, o apoio do governo a Maduro foi duramente criticado pela oposição (Andres Stapff/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h35.

Montevidéu - O governo da Venezuela recusou nesta quinta-feira a possível mediação do presidente uruguaio, José Mujica, para buscar uma solução aos violentos protestos que se repetem há semanas no país.

O anúncio foi realizado pelo chanceler venezuelano, Elías Jaua, em Montevidéu, depois de se reunir com o presidente do Uruguai em sua residência oficial no marco da viagem pelos países do Mercosul que o diplomata está fazendo para explicar a posição de seu governo nesta crise.

"Pepe Mujica sempre media pela Venezuela, é um dos melhores amigos do país, um uma das pessoas que mais compreendeu e ama a Venezuela. E contamos com ele para tudo, mas neste momento não consideramos a necessidade de uma mediação internacional de nenhum país nem organismo", disse Jaua em entrevista coletiva.

Nesse sentido, o chanceler disse ter pedido a Mujica que trabalhe para convocar a Unasul, um organismo que "soube dar soluções aos problemas da região".

Segundo informou hoje uma revista uruguaia, Mujica estaria disposto a mediar o conflito da Venezuela e fazer tudo o que esteja a seu alcance para conseguir a paz se ambas partes pedissem.

A publicação, citando o próprio Mujica, indicava que o líder iria a "qualquer lado" para evitar "que se aprofunde um conflito dessa natureza", apesar de ressaltar que sua intenção era "não intrometer-se".

No Uruguai, o apoio do governo a Maduro foi duramente criticado pela oposição, e três ex-presidentes uruguaios democráticos Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), Luis Alberto Lacalle (1990-1995) e Jorge Batlle (2005-2010) denunciaram em um inusitado comunicado conjunto os fatos da Venezuela como uma ferida "na consciência democrática" do continente americano.

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