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Governo ucraniano é acusado de ceder à Rússia em acordo

"A Ucrânia não resistiu à pressão econômica e à chantagem", declarou Jovita Neliupsiene, assessora da presidente Dalia Grybauskaite

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 14h54.

Kiev - O governo ucraniano foi acusado nesta sexta-feira de ceder à pressão de Moscou após abandonar as negociações sobre um acordo de associação com a União Europeia , uma decisão denunciada pela oposição e vista como um erro estratégico na Europa.

Milhares de manifestantes reuniram-se em Lviv, no oeste nacionalista da Ucrânia, com slogans de "Sim à UE!" e "Revolução!".

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, recebeu sem surpresa o apoio do seu colega russo, Vladimir Putin, que rejeitou as acusações sobre os europeus.

"Temos ouvido ameaças de nossos parceiros europeus contra a Ucrânia. Isto é pressão, isso é chantagem", declarou Putin em uma coletiva de imprensa em Moscou.

Ele defendeu as razões, segundo exclusivamente econômicas, das advertências lançadas nas últimas semanas por Moscou a Kiev sobre as consequências comerciais de sua associação com a União Europeia, e disse que estava pronto para negociações a três (Ucrânia-Rússia-UE).

A UE, no entanto, se mostrou cética quanto a esta possibilidade de diálogo.

"Nós acreditamos que o melhor caminho a seguir é desenvolver uma relação forte", ressaltou a porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic, reiterando a "decepção" de Bruxelas.

A Lituânia, uma ex-república soviética que exerce a presidência rotativa da UE, foi mais direta e acusou a Rússia.

"A Ucrânia não resistiu à pressão econômica e à chantagem", declarou Jovita Neliupsiene, assessora da presidente Dalia Grybauskaite.

A França ressaltou por sua vez que a decisão de Kiev "não afeta (seu) desejo de aproximação", de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Um dia antes, o ex-presidente polonês Aleksander Kwasniewski, emissário da Europa neste caso, descreveu "uma grande batalha geopolítica."

Os Estados Unidos também expressaram sua "decepção", enquanto a Grã-Bretanha falou de uma "oportunidade perdida".

"O governo ucraniano se curvou diante do Kremlin. Claramente, a política de pressão brutal funciona", twittou o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt.

Durante uma tumultuada sessão no Parlamento ucraniano, o primeiro-ministro Mykola Azarov defendeu-se dizendo que esta decisão não muda a orientação europeia do país.

"Esta decisão é ditada apenas por razões econômicas e não muda a direção estratégica do país", disse ele, incriminando as rigorosas exigências apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mas suas declarações não acalmaram a oposição, que obstruiu a tribuna gritando "vergonha!", forçando o fechamento da sessão parlamentar.

A opositora ucraniana Yulia Timoshenko, atualmente cumprindo 7 anos de prisão por acusação de abuso de poder, pediu à população do país que saia às ruas para protestar contra o abandono do acordo, uma decisão que classificou de "golpe de Estado".

"Timoshenko acha que a decisão do presidente Viktor Yanukovich e do primeiro-ministro Mykola Azarov (de suspender a preparação do acordo) equivale a um golpe de Estado, e pede aos ucranianos que saiam às ruas", declarou seu advogado, Sergui Vlasenko, depois de uma reunião com a cliente.

A inesperada decisão de Kiev, um verdadeiro golpe para a UE e uma vitória para a diplomacia russa, foi criticada pela líder da oposição ucraniana, Arseniy Yatsenyuk, que acusou de "alta traição" o presidente Viktor Yanukovych e exigiu sua renúncia.

Os líderes da oposição também convocaram uma manifestação em Kiev, no domingo.

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Kiev - O governo ucraniano foi acusado nesta sexta-feira de ceder à pressão de Moscou após abandonar as negociações sobre um acordo de associação com a União Europeia , uma decisão denunciada pela oposição e vista como um erro estratégico na Europa.

Milhares de manifestantes reuniram-se em Lviv, no oeste nacionalista da Ucrânia, com slogans de "Sim à UE!" e "Revolução!".

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, recebeu sem surpresa o apoio do seu colega russo, Vladimir Putin, que rejeitou as acusações sobre os europeus.

"Temos ouvido ameaças de nossos parceiros europeus contra a Ucrânia. Isto é pressão, isso é chantagem", declarou Putin em uma coletiva de imprensa em Moscou.

Ele defendeu as razões, segundo exclusivamente econômicas, das advertências lançadas nas últimas semanas por Moscou a Kiev sobre as consequências comerciais de sua associação com a União Europeia, e disse que estava pronto para negociações a três (Ucrânia-Rússia-UE).

A UE, no entanto, se mostrou cética quanto a esta possibilidade de diálogo.

"Nós acreditamos que o melhor caminho a seguir é desenvolver uma relação forte", ressaltou a porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic, reiterando a "decepção" de Bruxelas.

A Lituânia, uma ex-república soviética que exerce a presidência rotativa da UE, foi mais direta e acusou a Rússia.

"A Ucrânia não resistiu à pressão econômica e à chantagem", declarou Jovita Neliupsiene, assessora da presidente Dalia Grybauskaite.

A França ressaltou por sua vez que a decisão de Kiev "não afeta (seu) desejo de aproximação", de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Um dia antes, o ex-presidente polonês Aleksander Kwasniewski, emissário da Europa neste caso, descreveu "uma grande batalha geopolítica."

Os Estados Unidos também expressaram sua "decepção", enquanto a Grã-Bretanha falou de uma "oportunidade perdida".

"O governo ucraniano se curvou diante do Kremlin. Claramente, a política de pressão brutal funciona", twittou o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt.

Durante uma tumultuada sessão no Parlamento ucraniano, o primeiro-ministro Mykola Azarov defendeu-se dizendo que esta decisão não muda a orientação europeia do país.

"Esta decisão é ditada apenas por razões econômicas e não muda a direção estratégica do país", disse ele, incriminando as rigorosas exigências apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mas suas declarações não acalmaram a oposição, que obstruiu a tribuna gritando "vergonha!", forçando o fechamento da sessão parlamentar.

A opositora ucraniana Yulia Timoshenko, atualmente cumprindo 7 anos de prisão por acusação de abuso de poder, pediu à população do país que saia às ruas para protestar contra o abandono do acordo, uma decisão que classificou de "golpe de Estado".

"Timoshenko acha que a decisão do presidente Viktor Yanukovich e do primeiro-ministro Mykola Azarov (de suspender a preparação do acordo) equivale a um golpe de Estado, e pede aos ucranianos que saiam às ruas", declarou seu advogado, Sergui Vlasenko, depois de uma reunião com a cliente.

A inesperada decisão de Kiev, um verdadeiro golpe para a UE e uma vitória para a diplomacia russa, foi criticada pela líder da oposição ucraniana, Arseniy Yatsenyuk, que acusou de "alta traição" o presidente Viktor Yanukovych e exigiu sua renúncia.

Os líderes da oposição também convocaram uma manifestação em Kiev, no domingo.

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