Venezuela: "Foi dado a ele o prazo máximo de cinco dias para deixar o território peruano", disse a nota (Ueslei Marcelino/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de agosto de 2017 às 20h10.
Lima - O Ministério de Relações Exteriores do Peru informou nesta sexta-feira que decidiu expulsar o embaixador da Venezuela em Lima, Diego Alfredo Molero Bellavia, devido a uma nota de protesto enviada pelo governo venezuelano.
Em comunicado, a Chancelaria peruana informou que considerou como "não recebida a nota de protesto do governo da Venezuela sobre a Declaração de Lima por conter termos inaceitáveis".
"Foi dado a ele o prazo máximo de cinco dias para deixar o território peruano", disse a nota.
A Declaração de Lima, assinada na última terça-feira por chanceleres de 17 países da América Latina e do Caribe, incluindo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, afirmou que a ordem democrática na Venezuela foi rompida. Além disso, o texto ressalta que ações tomadas pela Assembleia Nacional Constituinte não serão reconhecidas.
No comunicado divulgado hoje, o governo do Peru reafirmou sua "firme disposição de continuar contribuindo para a restauração da democracia na Venezuela".
Horas antes, o chanceler peruano, Ricardo Luna, tinha afirmado que a expulsão definitiva do embaixador da Venezuela no país, em protesto contra o governo de Nicolás Maduro, era uma decisão que seria tomada no "devido momento".
Além disso, Luna descartou uma reunião de líderes da região pedida por Maduro ontem para retomar o diálogo político na América Latina. Segundo o chanceler, o convite foi "informal" e não havia "clareza" nas palavras do presidente venezuelano.
"Esse convite não foi feito com clareza, não se sabe qual é a temática, não se sabe quem está sendo convidado", afirmou.
"Ele (Maduro) também está falando em nome de um grupo de países do Alba que não tem, necessariamente, uma organização. Foi um convite informal que não consideramos como algo que precisa ser avaliado. Por isso, descartamos", completou.
Maduro pediu ontem a convocação urgente de uma cúpula de chefes de Estado e governo da América Latina e o Caribe para restituir as relações de diálogo no continente.
"Não vejo razões para que ninguém se negue a uma cúpula de portas fechadas, já que todos estão falando da Venezuela. Se tivermos que ficar dois dias trancados, falando cara a cara, que façamos isso e busquemos recompor as relações da América Latina", afirmou Maduro.
O chanceler peruano reforçou que a Declaração de Lima é um compromisso adotado pelos chanceleres da América Latina e do Caribe que consideram que a Venezuela já não é uma democracia.