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Governo palestino acusa Israel de deslocar 150 pessoas em 3 dias

"As demolições de lares e estruturas palestinas na denominada Área C (da Cisjordânia) prejudicam as comunidades mais vulneráveis", disse premiê

Palestina: o chefe de governo palestino lamentou que "o aumento de demolições sofrido em 2016, aparentemente, continua também este ano" (Ahmad Gharabli/AFP)
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EFE

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 11h20.

O primeiro-ministro da Palestina, Rami Hamdala, acusou nesta quinta-feira Israel de ter forçado o deslocamento de 150 palestinos nas últimas 72 horas nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

"As demolições de lares e estruturas palestinas na denominada Área C (da Cisjordânia) prejudicam as comunidades mais vulneráveis e violam os direitos básicos dos palestinos, incluído o de viver em segurança em suas casas", denunciou Hamdala.

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O chefe de governo palestino lamentou que "o aumento de demolições sofrido em 2016, aparentemente, continua também este ano".

Segundo dados do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA, sigla em inglês) nos territórios palestinos, Israel derrubou ou confiscou no ano passado 1.089 estruturas palestinas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o que provocou o deslocamento de 1.593 palestinos e afetou a vida de outros 7 mil, os números mais altos desde que começou a fazer o acompanhamento da questão há oito anos.

Nos últimos três dias, o exército israelense derrubou 60 casas e estruturas nas comunidades beduínas de Bir al Maskub e Wadi Sneysel, próximas a Jerusalém, e em Jirbet Tana, ao leste de Nablus, que, segundo os dados de Hamdala, forçaram o deslocamento de 150 palestinos, metade deles menores de idade.

Também foram demolidas estruturas agrícolas nas áreas de Qalqilia e Hebron, no norte e no sul da Cisjordânia.

No caso de Jirbet Tana, trata-se da quinta vez nos últimos 12 meses em que as forças israelenses derrubam imóveis, denunciou Hamdala, que também advertiu sobre os planos de Israel para demolir uma escola na cidade de Jirbet Tanafor, pela sétima vez desde 2011.

"Em março de 2016 as forças israelenses devastaram os sonhos de 17 estudantes palestinos demolindo sua escola. A comunidade reconstruiu o colégio com a generosa assistência da União Europeia", explicou o primeiro-ministro.

Hamdala acusa Israel de tentar "transferir de maneira forçada" os moradores de Bir al Maskub, Wadi Sneysel e outras 46 comunidades beduínas, nas quais vivem 8 mil pessoas, para o plano de assentamentos conhecido como E1, que acabaria com a continuidade territorial palestina na Cisjordânia, o que a comunidade internacional vê como uma ameaça à viabilidade de um futuro Estado palestino.

"Essas demolições são parte integral do regime colonial sistemático e institucionalizado que sustenta a ocupação israelense e trabalha para torná-la permanente. São precisamente esses atos ilegais que levaram o Conselho de Segurança da ONU a adotar a resolução 2334", que condenou em dezembro passado as colônias e sua ampliação, afirmou o chefe de governo palestino.

Israel argumenta que as demolições que realiza são de estruturas não autorizadas e que não contam com as permissões de construção pertinentes.

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