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Governo Macron defende reforma eleitoral na França

Presidente francês tem reafirmado sua proposta à medida que suas chances de conquistar uma maioria no parlamento aumentarem

Emmanuel Macron: opositores do presidente alertam que tal maioria em um país com divisões políticas profundas é uma ameaça à democracia (Christian Hartmann/Reuters)

Emmanuel Macron: opositores do presidente alertam que tal maioria em um país com divisões políticas profundas é uma ameaça à democracia (Christian Hartmann/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de junho de 2017 às 09h52.

Paris - O governo do presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou nesta sexta-feira seu plano para uma reforma eleitoral, à medida que a escala da provável maioria parlamentar que deve conquistar aumentou e a previsão de comparecimento do eleitorado encolheu.

Duas pesquisas de intenção de voto sobre o segundo turno das eleições parlamentares, no domingo, disseram que o presidente de centro e seu partido de um ano de existência, A República em Marcha (LREM), irão conquistar 80 por cento das cadeiras da câmara baixa do Parlamento.

Estas são as melhores previsões da campanha até agora, e vêm na esteira de uma abstenção recorde no primeiro turno. Os opositores de Macron alertam que tal maioria em um país com divisões políticas profundas é uma ameaça à democracia.

O predomínio do LREM no Parlamento seria o maior de qualquer partido em décadas, embora a legenda só tenha obtido cerca de um terço dos votos na etapa inicial.

Mais da metade do eleitorado não votou, e muitos disseram não ver sentido em fazê-lo. As sondagens de quinta-feira mostram que ainda menos eleitores irão às urnas no domingo.

O sistema francês de dois turnos, usado em todos os tipos de eleições, inclusive a presidencial de abril/maio que levou Macron ao poder, elimina candidatos pouco votados no primeiro turno.

Graças a ele, e a pactos eleitorais que visam manter os candidatos da Frente Nacional fora do Parlamento, a líder de extrema-direita Marine Le Pen, que conquistou um terço dos votos na eleição presidencial, parece ameaçada de não conseguir nada parecido com essa representatividade na legislatura.

As pesquisas mostram que ela pode ficar só com um pequeno punhado dos 577 assentos da Assembleia Nacional. Parlamentares da esquerda e da extrema-esquerda tampouco devem conquistar muitas vagas.

"Iremos pedir que o Parlamento trate deste assunto", disse o ministro da Tecnologia, Mounir Mahjoubi, à televisão France 2, sobre a reforma eleitoral.

"Ao adotar uma dose de representação proporcional, os partidos que obtiverem tais votações (baixas) teriam mais representação. Isso seria mais justo, e acima de tudo iria melhorar o debate".

Levantamentos feitos na quinta-feira pelas empresas Opinionway e Harris Interactive apontaram que o LREM e seu aliado de centro-direita Modem irão conquistar entre 440 e 470 cadeiras na câmara baixa, uma maioria que não se vê desde que o presidente conservador Charles De Gaulle conquistou 80 por cento da casa em 1968.

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