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Governo e oposição trocam acusações na Ucrânia

O chefe de Estado ucraniano enfrenta há dois meses um movimento de contestação sem precedentes que causou a renúncia do governo na terça-feira

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 18h35.

Governo e oposição trocaram acusações nesta quinta-feira pela responsabilidade na continuação da crise na Ucrânia , onde o anúncio da "doença" do presidente Viktor Yanukovitch aumentou ainda mais a confusão.

O chefe de Estado ucraniano enfrenta há dois meses um movimento de contestação sem precedentes que causou a renúncia do governo na terça-feira, além das pressões opostas da Rússia e da União Europeia. Em uma nota, ele se declarou na manhã desta quinta indisponível em razão de uma "doença respiratória aguda".

Em um comunicado divulgado algumas horas depois pela Presidência, Yanukovitch acusou a oposição de "envenenar a situação (...) em razão das ambições políticas de alguns de seus líderes".

Os três principais nomes da oposição - Vitali Klitschko, Arseni Yatseniuk e Oleg Tiagnybok - afirmaram em uma declaração conjunta que Yanukovitch tinha violado a Constituição. Eles denunciam que o presidente "chantageou" os deputados de sua própria formação política, o Partido das Regiões, para que votassem na quarta-feira uma lei concedendo anistia aos manifestantes detidos, apesar das reticências de alguns.

De acordo com o texto publicado nesta quinta, aprovado pela maioria favorável a Yanukovitch no Parlamento, o poder envia uma espécie de ultimato aos opositores.

Para que a anistia entre em vigor, é necessário que os manifestantes se retirem das ruas, das praças e dos prédios públicos de Kiev de de outras regiões nos próximos 15 dias, algo que a oposição se recusa a fazer.


Andrei Portnov, integrante da administração presidencial, afirmou que os manifestantes podem continuar a se reunir na Praça da Independência, na capital, "para protestar pacificamente".

Esse lugar simbólico e estratégico dos protestos, também conhecido com o nome de Maïdan, permanece ocupado há vários dias, repleto de barracas, fogueiras e grandes barricadas.

Os militantes presentes no centro de Kiev não dão sinal algum de que podem deixar a praça, apesar do frio que chega a menos 20 graus.

"Tenho a sensação de que este homem quer nos enganar e tenta apenas ganhar tempo. Mas não vamos deixá-lo fazer isso", disse o ex-boxeador Vitali Klitschko ao jornal alemão Bild, referindo-se a Yanukovitch.

"O presidente pode usar sua doença para não promulgar a revogação (na terça-feira pelos deputados, ndlr) das leis 'ditatoriais' (punindo com pesadas penas os manifestantes, ndlr), não se reunir com os representantes da oposição e da comunidade internacional, e evitar tomar decisões urgentes para tirar o país da crise", indicou o partido de Klitschko em um comunicado.

"Nossa luta vai continuar!", disse à noite o líder do partido nacionalista Svoboda, Oleg Tiagnybok, a algumas centenas de manifestantes.

Pressões internacionais

O presidente francês, François Hollande, disse nesta quinta que a situação na Ucrânia "é grave" e que ela exige "vigilância máxima", ao final de um encontro com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

"Nas próximas horas, nos próximos dias, pode acontecer um confronto e devemos fazer de tudo para restabelecer o diálogo e favorecer o apaziguamento", acrescentou o presidente francês à imprensa.


O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, exortou nesta quinta Viktor Yanukovitch a "manter as promessas" feitas à oposição".

Depois de uma viagem à Ucrânia na quarta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu na quarta o fim da "violência" e das "intimidações", "de onde quer que venham".

O presidente americano, Barack Obama, ressaltou que os Estados Unidos defendem o direito dos ucranianos de "se expressarem livre e pacificamente", e de terem sua "palavra a dizer pelo futuro do país".

A Rússia, que denunciou o que acredita ser ingerências europeias na Ucrânia, manteve sua cautela em relação às mudanças em curso em Kiev.

Vladimir Putin considerou que é preciso "aguardar a formação do novo governo", antes de continuar a enviar a ajuda econômica de 15 bilhões de dólares concedida em dezembro à Ucrânia depois que o governo desse país desistiu de se associar à UE.

A Ucrânia, prestes a dar um calote, precisa com urgência de apoio financeiro para cumprir suas obrigações.

Dados divulgados nesta quinta-feira indicaram que uma leve recuperação no quarto trimestre de 2013 permitiu ao país registrar um crescimento nulo, após cinco trimestres sucessivos de recuo do PIB.

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Governo e oposição trocaram acusações nesta quinta-feira pela responsabilidade na continuação da crise na Ucrânia , onde o anúncio da "doença" do presidente Viktor Yanukovitch aumentou ainda mais a confusão.

O chefe de Estado ucraniano enfrenta há dois meses um movimento de contestação sem precedentes que causou a renúncia do governo na terça-feira, além das pressões opostas da Rússia e da União Europeia. Em uma nota, ele se declarou na manhã desta quinta indisponível em razão de uma "doença respiratória aguda".

Em um comunicado divulgado algumas horas depois pela Presidência, Yanukovitch acusou a oposição de "envenenar a situação (...) em razão das ambições políticas de alguns de seus líderes".

Os três principais nomes da oposição - Vitali Klitschko, Arseni Yatseniuk e Oleg Tiagnybok - afirmaram em uma declaração conjunta que Yanukovitch tinha violado a Constituição. Eles denunciam que o presidente "chantageou" os deputados de sua própria formação política, o Partido das Regiões, para que votassem na quarta-feira uma lei concedendo anistia aos manifestantes detidos, apesar das reticências de alguns.

De acordo com o texto publicado nesta quinta, aprovado pela maioria favorável a Yanukovitch no Parlamento, o poder envia uma espécie de ultimato aos opositores.

Para que a anistia entre em vigor, é necessário que os manifestantes se retirem das ruas, das praças e dos prédios públicos de Kiev de de outras regiões nos próximos 15 dias, algo que a oposição se recusa a fazer.


Andrei Portnov, integrante da administração presidencial, afirmou que os manifestantes podem continuar a se reunir na Praça da Independência, na capital, "para protestar pacificamente".

Esse lugar simbólico e estratégico dos protestos, também conhecido com o nome de Maïdan, permanece ocupado há vários dias, repleto de barracas, fogueiras e grandes barricadas.

Os militantes presentes no centro de Kiev não dão sinal algum de que podem deixar a praça, apesar do frio que chega a menos 20 graus.

"Tenho a sensação de que este homem quer nos enganar e tenta apenas ganhar tempo. Mas não vamos deixá-lo fazer isso", disse o ex-boxeador Vitali Klitschko ao jornal alemão Bild, referindo-se a Yanukovitch.

"O presidente pode usar sua doença para não promulgar a revogação (na terça-feira pelos deputados, ndlr) das leis 'ditatoriais' (punindo com pesadas penas os manifestantes, ndlr), não se reunir com os representantes da oposição e da comunidade internacional, e evitar tomar decisões urgentes para tirar o país da crise", indicou o partido de Klitschko em um comunicado.

"Nossa luta vai continuar!", disse à noite o líder do partido nacionalista Svoboda, Oleg Tiagnybok, a algumas centenas de manifestantes.

Pressões internacionais

O presidente francês, François Hollande, disse nesta quinta que a situação na Ucrânia "é grave" e que ela exige "vigilância máxima", ao final de um encontro com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

"Nas próximas horas, nos próximos dias, pode acontecer um confronto e devemos fazer de tudo para restabelecer o diálogo e favorecer o apaziguamento", acrescentou o presidente francês à imprensa.


O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, exortou nesta quinta Viktor Yanukovitch a "manter as promessas" feitas à oposição".

Depois de uma viagem à Ucrânia na quarta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu na quarta o fim da "violência" e das "intimidações", "de onde quer que venham".

O presidente americano, Barack Obama, ressaltou que os Estados Unidos defendem o direito dos ucranianos de "se expressarem livre e pacificamente", e de terem sua "palavra a dizer pelo futuro do país".

A Rússia, que denunciou o que acredita ser ingerências europeias na Ucrânia, manteve sua cautela em relação às mudanças em curso em Kiev.

Vladimir Putin considerou que é preciso "aguardar a formação do novo governo", antes de continuar a enviar a ajuda econômica de 15 bilhões de dólares concedida em dezembro à Ucrânia depois que o governo desse país desistiu de se associar à UE.

A Ucrânia, prestes a dar um calote, precisa com urgência de apoio financeiro para cumprir suas obrigações.

Dados divulgados nesta quinta-feira indicaram que uma leve recuperação no quarto trimestre de 2013 permitiu ao país registrar um crescimento nulo, após cinco trimestres sucessivos de recuo do PIB.

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