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Governo do Rio pede retirada de famílias de área contaminada

O bairro foi construído em cima de um terreno doado aos funcionários pela CSN e que está contaminado com metais pesados e cancerígenos, como o cádmio


	Aciaria da CSN em Volta Redonda, RJ: Além da retirada das 300 famílias, a Secretaria do Ambiente recomenda que a empresa remova as substâncias tóxicas do terreno.
 (Bia Parreiras/EXAME)

Aciaria da CSN em Volta Redonda, RJ: Além da retirada das 300 famílias, a Secretaria do Ambiente recomenda que a empresa remova as substâncias tóxicas do terreno. (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 15h51.

Rio de Janeiro - Cerca de 750 moradores do bairro Volta Grande 4, no município de Volta Redonda, no sul fluminense, devem deixar suas casas imediatamente por risco de contaminação tóxica. A recomendação foi feita pela Secretaria Estadual do Ambiente à Justiça Estadual, que analisa ação civil pública contra a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa pode ser multada em até R$ 50 milhões.

O bairro, de 10 mil metros quadrados, foi construído em cima de um terreno doado aos funcionários pela CSN e que está contaminado com metais pesados e cancerígenos, como o cádmio. Essas substâncias foram encontradas em uma quantidade até 2,5 vezes acima dos limites toleráveis à saúde, constatou o órgão ambiental, com base em estudos técnicos. A multa deve ser anunciada até a próxima segunda-feira (8).

"Descobriu-se, muitíssimo recentemente, uma massa de produtos ilegais que contaminou toda essa área. Por isso, essas pessoas têm que sair imediatamente dali. E, talvez, as outras [vizinhos] também tenham. Elas estão expostas e ficaram expostas por muito tempo a níveis de contaminação insuportáveis para a saúde humana", disse o secretário Carlos Minc.

Além da retirada das 300 famílias, a Secretaria do Ambiente recomenda que a empresa remova as substâncias tóxicas do terreno, descontamine o solo e apresente imediatamente estudos técnicos relativos a uma área em frente, onde moram mais 1,5 mil pessoas. Esse estudo foi pedido há um ano, mas ainda não foi entregue.

De acordo com o Minc, em decorrência da investigação do Ministério Público Estadual, desde 2004 a secretaria cobra estudos sobre a contaminação no bairro.


Técnicos da pasta dizem que os documentos apresentados pela CSN nunca foram conclusivos. Para evitar estender a situação, com base no último relatório, a Secretaria do Ambiente complementou as investigações.

A equipe constatou que em 13% das residências há o plantio de hortaliças e frutas como acerola, limão, coco e laranja. Os especialistas também estimam a contaminação do lençol freático. O secretário disse que as árvores da área atingida deverão ser cortadas.

O órgão ambiental acredita que o local contaminado era utilizada pela siderúrgica como de área de transbordo. "Recentemente, se descobriu uma massa enorme de produtos químicos criminosamente despejados lá e que são eles [CSN] os responsáveis pela contaminação do solo e, provavelmente, da água", concluiu Minc.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, a prefeitura de Volta Redonda e órgãos de saúde também foram avisados do resultados dos estudos pela secretaria.

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