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Governo do Baluchistão é destituído após onda de atentados

O premiê do Paquistão anunciou a decisão depois de se reunir com manifestantes da comunidade xiita vítima de sangrentos atentados na semana passada


	Primeiro-ministro do Paquistão Raja Pervez Ashraf reza entre xiitas em Quetta: "é uma tragédia nacional e toda a Nação está de luto", disse o premiê
 (Banaras Khan/AFP)

Primeiro-ministro do Paquistão Raja Pervez Ashraf reza entre xiitas em Quetta: "é uma tragédia nacional e toda a Nação está de luto", disse o premiê (Banaras Khan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 15h46.

Quetta - O primeiro-ministro do Paquistão destituiu nesta segunda-feira o governo da província do Baluchistão (sudoeste), depois de se reunir com manifestantes da comunidade xiita vítima de sangrentos atentados na semana passada.

"Decidimos impor a lei do governador durante dois meses no Baluchistão e o governo da província será destituído", declarou Raja Pervez Ashraf, que chegou no domingo a Quetta para falar com os manifestantes.

Ao menos 125 pessoas morreram em três atentados, um duplo, cometidos na quinta-feira em Quetta, capital da instável província, e um quarto em Mingora (noroeste do Paquistão).

O ataque mais devastador foi um duplo atentado em um clube de bilhar repleto de pessoas em Quetta, cidade de maioria xiita, que deixou 92 mortos e 121 feridos.

"É uma tragédia nacional e toda a Nação está de luto", disse o primeiro-ministro pela televisão.

Depois deste anúncio, a comunidade xiita decidiu colocar fim ao protesto iniciado na sexta-feira em frente ao local devastado pelo atentado, no qual se negava a enterrar seus familiares mortos enquanto o exército não garantisse a segurança na cidade, em vez da polícia ou dos paramilitares, considerados ineficazes ou corruptos.

A negativa de enterrar os mortos é um gesto incomum na sociedade islâmica, onde os mortos costumam ser enterrados no mesmo dia do falecimento ou, no máximo, no dia seguinte.

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