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Governo cede e escolas serão fechadas no Reino Unido

O cancelamento das aulas foi determinado depois de o governo de Boris Johnson mudar de postura em relação ao novo coronavírus

Estudante no Reino Unido: último dia de aula antes de fechamento das escolas (John Sibley/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2020 às 06h40.

Última atualização em 20 de março de 2020 às 08h10.

Depois de dizer que não via argumento para fechar as escolas para tentar frear a propagação do novo coronavírus , o governo do Reino Unido voltou atrás e determinou o cancelamento das aulas em todo o país. A partir desta sexta-feira, 20, todas as escolas, faculdades e creches começam a fechar as portas. A medida é por tempo indeterminado.

A epidemia do novo coronavírus era tratada com tranquilidade pelo conservador Boris Johnson até o final da semana passada. Na época, autoridades acreditavam ser possível lutar contra a covid-19, doença causada pela nova cepa do coronavírus, apenas apostando na conscientização da população e por meio de hábitos de higiene básicos.

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Depois de críticas de que o governo não estava levando a epidemia a sério, principalmente quando comparado com outros países europeus, a realidade dos fatos fez com que mudasse de postura.

Desde o fim de semana, o Reino Unido passou a constar entre os dez países mais afetados pela epidemia. No momento, o país está com 2.716 casos confirmados e 138 mortes. Além disso, países europeus e, portanto, próximos do território britânico, entraram em colapso em razão da rápida contaminação de milhares de pessoas. A Itália, que agora registra mais mortes que a China, epicentro do novo coronavírus, foi um deles.

Apesar do panorama dramático no cenário global, Boris Johnson ainda assim demorou para anunciar o fechamento das escolas e só o fez depois do apelo de autoridades científicas, como o editor-chefe da consagrada revista científica The Lancet. “O que está acontecendo na Itália é real e está acontecendo agora. Nosso governo não está nos preparando para essa realidade. Precisamos de medidas imediatas e assertivas”, escreveu Richard Horton, no Twitter.

Agora, o governo conservador enfim acelerou o passo. Há até um plano, ainda não confirmado oficialmente, mas revelado pelo jornal britânico The Guardian, de isolar a capital Londres, cidade que registra o maior número de casos do novo coronavírus. Considerando a rapidez da evolução da doença na Itália e a morosidade dos britânicos em se mexer para evitar uma catástrofe, fica a dúvida se as medidas implementadas agora serão eficientes. Talvez já seja tarde demais.

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