Governo anuncia plano de estudo sobre preservação
Ministra do Meio Ambiente confirmou que país terá um plano que irá traçar as principais metas para preservação do ecossistema brasileiro
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 17h56.
Rio de Janeiro – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou hoje (22), data em que se comemora o Dia Mundial da Água, um plano para estudar a vulnerabilidade dos ecossistemas no país e relacionar medidas para prevenção e adaptação da biodiversidade às mudanças climáticas.
O documento atende aos acordos assinados na Conferência sobre Diversidade Biológica, realizada no ano passado, em Nagoia, Japão. O texto será detalhado durante evento no Jardim Botânico do Rio. No local, a ministra lança o Ano Internacional de Florestas no Brasil.
"Definiremos [nessa agenda] as metas de conservação dos ecossistemas brasileiros para 2020. Vou lançar a iniciativa hoje à noite: como vamos trabalhar com a sociedade e qual é a convergência entre a convenção de Nagoia e a convenção de mudanças climáticas", afirmou à Agência Brasil.
De acordo Izabella, o plano faz parte de um esforço do Brasil de proteger as florestas e inclui a ampliação das áreas protegidas por meio da criação de unidades de conservação, além da realização do segundo Inventário Florestal Nacional (IFN). O primeiro foi feito há 28 anos.
Chamado de o censo da flora, o levantamento poderá comprovar aumento de espécies ameaçadas de extinção, ao mesmo tempo em que poderá identificar novos exemplares. A expectativa é de que possa ser realizado em pelo menos dois anos a um custo de R$ 150 milhões.
A ministra do Meio Ambiente explica que ainda está sendo consolidada a metodologia da pesquisa e definidas as fontes de financiamento do inventário, que poderá contar com apoio de governos estaduais.
Para o diretor de Políticas Públicas da organização não governamental SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, o mapeamento das florestas é uma importante estratégia de preservação da biodiversidade diante da discussão de revisão do Código Florestal pelo Congresso Nacional.
"O inventário é uma pré-condição para fazer o zoneamento econômico e ecológico, necessário para determinar o que vai ser mudado, alterado ou como vai ser definido o uso para expansão agrícola, por exemplo", afirmou. "O estudo é importante para cumprir com a convenção de Nagoia".
De acordo com o ambientalista, mesmo que o estudo demore dois anos, com o documento, o governo terá dados consolidados que subsidiem as mudanças necessárias na lei. "Se for o contrário, como está sendo feito, o Brasil vai ter um desastre", criticou.