Estados Unidos mostram foto de Osama bin Laden: viúvas foram "hostis" no interrogatório (AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2011 às 16h40.
Washington - O Paquistão concedeu acesso ao governo dos Estados Unidos às viúvas de Osama Bin Laden, para a investigação da presença do líder da Al-Qaeda no Paquistão, anunciou a Casa Branca nesta sexta-feira.
"Os Estados Unidos obtiveram acesso às viúvas de Osama Bin Laden no Paquistão", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, sem dar mais detalhes.
Mais cedo, a CNN citou fontes dos EUA e do Paquistão que afirmaram que os serviços de inteligência americanos interrogaram três das viúvas do terrorista, morto a tiros em um ataque das forças especiais dos EUA na cidade paquistanesa de Abbottabad, no dia 1º de maio.
As mulheres teriam sido interrogadas como um grupo, apesar do desejo dos Estados Unidos de conversar com elas separadamente, e foram abertamente "hostis" às autoridades americanas que as entrevistavam, disse a CNN, citando um funcionário do governo paquistanês e duas autoridades próximas à questão.
A mais velha das esposas falou por todas no interrogatório, que também contou com a presença de membros do Serviço de Inteligência do Paquistão (ISI).
Membros dos dois governos afirmaram à CNN que, apesar do aumento das tensões entre os dois aliados anti-terrorismo após a missão secreta que abateu Bin Laden, a partilha de informações de inteligência continua.
A Casa Branca entrou em contato com Islamabad para ajudar a combater a desconfiança crescente dos Estados Unidos, garantindo o acesso de investigadores americanos às três mulheres, que estão sob custódia do Paquistão.
Acredita-se que as mulheres podem ter informações cruciais sobre a rede Al-Qaeda e o envolvimento de Bin Laden - a partir de seu esconderijo - em suas operações.
Os Estados Unidos exigiram uma investigação sobre a forma como o chefe da Al-Qaeda pôde viver durante anos na cidade de Abbottabad, que tinha uma academia militar a menos de dois quilômetros e a apenas 65 km de Islamabad.
Autoridades paquistanesas criticaram a operação, mas negaram veementemente que abrigavam o cérebro dos ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3.000 pessoas.