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Governador anti-Maduro é destituído e oposição entra em crise

A destituição aconteceu após ele se recusar a prestar juramento a um super-órgão legislativo nacional aliado aos governistas de Maduro

O recém-eleito governador da oposição no Estado de Zulia, na Venezuela, Juan Pablo Guanipa (Isaac Urrutia/Reuters)

O recém-eleito governador da oposição no Estado de Zulia, na Venezuela, Juan Pablo Guanipa (Isaac Urrutia/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 16h46.

Maracaibo, Venezuela - O recém-eleito governador da oposição no Estado de Zulia, no oeste da Venezuela, foi destituído nesta quinta-feira pelo legislativo estadual pró-governo, aumentando o caos entre adversários dos socialistas governistas.

A destituição de Juan Pablo Guanipa, um dos cinco governadores da oposição nos 23 Estados da Venezuela, aconteceu após ele se recusar a prestar juramento a um super-órgão legislativo nacional aliado aos governistas do presidente Nicolás Maduro.

"Eles realizaram uma sessão expressa secreta para removê-lo", disse à Reuters a porta-voz de Guanipa, Erika Gutierrez, sobre o encontro do legislativo do Estado de Zulia pela manhã.

A coalizão da oposição venezuelana, Unidade Democrática, que agrupa diversas dezenas de partidos anti-Maduro, está em crise desde uma derrota surpresa neste mês nas eleições estaduais.

Apesar de pesquisas de opinião indicando que iria ganhar com maioria confortável por conta de uma ampla indignação popular com a brutal crise econômica da Venezuela, a oposição conquistou somente cinco Estados, comparados aos 18 dos candidatos do Partido Socialista, de Maduro.

Líderes da oposição culparam tanto truques sujos do governo, incluindo alteração no último minuto de muitos centros de votação em áreas da oposição, quanto abstenção de apoiadores desiludidos pelo fracasso de protestos anteriormente neste ano.

Em vantagem, o governo informou que somente governadores que reconhecem a supremacia da Assembleia Constituinte, pró-Maduro, podem assumir.

Quatro governadores da oposição fizeram isto nesta semana, gerando recriminações e críticas dentro da coalizão, mas Guanipa disse que nunca iria "se ajoelhar perante a ditadura".

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