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Glossário da crise da dívida na zona do euro

Entenda os termos frequentemente utilizados para retratar a situação de perigo em que se encontra a Grécia

A Zona do Euro estuda várias opções, muito técnicas, para fornecer à Grécia um segundo pacote de ajuda  (Louisa Gouliamaki/AFP)

A Zona do Euro estuda várias opções, muito técnicas, para fornecer à Grécia um segundo pacote de ajuda (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 12h25.

Bruxelas - Enfrentando a pior crise de sua história, a Zona do Euro estuda várias opções, muito técnicas, para fornecer à Grécia um segundo pacote de ajuda e evitar o contágio a outros países europeus.

Estes são os termos financeiros mais comuns por ordem alfabética:

CDS: Para "credit default swaps". Produtos financeiros que funcionam como um seguro contra o risco da falta de pagamento de um país ou de uma empresa, utilizado às vezes como instrumento puramente especulativo. A Europa teme que estes contratos sejam ativados caso pressione muito os bancos para que contribuam com o próximo plano de ajuda à Grécia.

'DEFAULT' (FALTA DE PAGAMENTO): Descumprimento do contrato que vincula um devedor e um credor. Um país está nesta situação se não puder pagar um vencimento da dívida ou de suas taxas de juros. Fala-se de falta de pagamento parcial ou seletiva quando afeta apenas uma parte da dívida. A Grécia e o Banco Central Europeu (BCE) não querem ouvir falar disso. Mas um número crescente de países estão dispostos a aceitar a reestruturação da dívida grega.

ACONTECIMENTO DE CRÉDITO: Situação que corresponde à degradação da situação de um Estado devedor que leva à ativação dos CDS. Este termo pertence ao jargão da indústria dos produtos derivados, entre eles os famosos CDS. Um acontecimento de crédito na Grécia poderia provocar um movimento de desconfiança contra diversos países da Zona do Euro.

HAIRCUT (ou CORTE): corte do valor dos ativos quando um devedor desiste de reembolsar toda a sua dívida ao credor no âmbito de uma reestruturação. No caso da Argentina, que se declarou em default no fim de 2001, este corte alcançou até 70%. Os mercados consideram há tempo que a Grécia não poderá evitá-lo, o que explica as taxas estratosféricas exigidas para emprestar dinheiro ao país.

BÔNUS E OBRIGAÇÔES: títulos de renda fixa emitidos por uma empresa ou pelo Estado, que representam uma parte alíquota de uma dívida. Costumam ser negociados nos mercados de obrigações e com juros denominados "cupons".

PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO: a Alemanha exige que as entidades financeiras privadas que emprestaram dinheiro à Grécia também participem do segundo plano de ajuda. As modalidades desta participação são alvo de difíceis negociações no seio da Zona do Euro, já que muitos temem que leve ao não pagamento da dívida e desemboque em um processo incontrolável.

RECOMPRA DA DÍVIDA: Opção contemplada pela Grécia. Seus sócios da Zona do Euro emprestam dinheiro aos investidores para comprar sua própria dívida, a preços mais vantajosos. Isto lhe permite reduzir sua dívida global, e, portanto, as taxas que deve pagar pelo resto.

REESTRUTURAÇÃO: Modificação dos prazos ou dos vencimentos de uma dívida, de acordo com os credores. Exemplo: a Grécia pode pedir para reembolsar um empréstimo em 2020, em vez de 2012. Neste caso, trata-se de um reescalonamento. Os títulos conservam o mesmo tipo de taxas de juros e serão reelbolsados em seus novos prazos de vencimento. Um desconto é uma forma mais radical de reestruturação.

ROLLOVER (ou iniciativa de Viena): os credores se comprometem, se desejarem, a manter seus compromissos. A cada vencimento de obrigações compram um montante de títulos equivalente ao que acaba de ser reembolsado. Este recurso permite atrasar progressivamente os vencimentos da dívida pública grega. As agências de classificação de risco advertiram que esta opção também supõe um default da dívida.

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