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Gás de xisto pode ser alternativa para reduzir emissões?

Ao substituir a produção de energia por carvão, boom do gás de xisto nos EUA pode ajudar país a reduzir suas emissões de gases efeito estufa, diz especialista

Conforme Brandão, a participação de gás natural na matriz mundial está crescendo (Matthew Lloyd/ Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de maio de 2013 às 12h29.

Foz do Iguaçu - Na ausência de um acordo global vinculante que obrigue os países a reduzir suas emissões de gases efeito estufa (GEE), algumas mudanças visíveis no tabuleiro mundial da energia parecem indicar uma nova alternativa de mitigação que, acredite, passa longe das fontes renováveis .

À frente desse processo estão os Estados Unidos, que, ao lado da China, lideram as emissões mundiais de GEE, oriundas principalmente da queima de carvão para geração de energia. Mas isso pode mudar. De acordo com o especialista em energia Roberto Brandão, do Gesel-UFRJ, o boom do gás de xisto nos EUA pode ajudar o país a reduzir suas emissões de GEE, vilões do aquecimento global .

O governo americano concedeu este ano a primeira licença para exportar gás. Existem mais de 21 pedidos de licença para exportação no país. Mas o caminho para expansão do setor, contudo, continua obscuro.

De um lado, os ambientalistas questionam a segurança da tecnologia de fraturamento hidráulico que, por ser nova, reserva efeitos danosos para o meio ambiente, como contaminação do solo e água, e outros ainda desconhecidos. Do outro lado, tem ainda a própria indústria fazendo lobby contrário à exportação de gás do país, a fim de evitar o aumento do preço do gás no mercado.

Segundo o pesquisador, essa fonte, que há mais de 10 anos vem sendo desenvolvida no país, se apresenta como alternativa abundante, mais barata (em relação às renováveis) e com menor emissão que o carvão, fonte que hoje supre 45% da demanda energética americana.

"A redução de emissões na indústria do carvão é a maior oportunidade para mitigar sem custos excessivos. Esta tendência deve ser capitaneada pelos EUA devido ao barateamento do gás no mercado interno", afirmou, durante evento promovido pelo movimento Planeta Sustentável, em Foz-do-Iguaçu."Nesse momento, a indústria de carvão está decadente por lá, e a tendência é de substituição de carvão por gás", afirma.

Conforme Brandão, a participação do gás na matriz mundial está crescendo, ao passo que as de outras fontes, como petróleo, estão caindo. "Claro, o gás natural é uma fonte de energia de origem fóssil, mas tem menores emissões do que seus pares", pondera.

No contexto atual, medidas mitigatórias que impliquem em aumentos substanciais de custos tangíveis, provavelmente não serão adotados em grande escala, na opinião do especialista. "A maior parte das renováveis ainda não são tangíveis do ponto de vista financeiro", sublinha.

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Foz do Iguaçu - Na ausência de um acordo global vinculante que obrigue os países a reduzir suas emissões de gases efeito estufa (GEE), algumas mudanças visíveis no tabuleiro mundial da energia parecem indicar uma nova alternativa de mitigação que, acredite, passa longe das fontes renováveis .

À frente desse processo estão os Estados Unidos, que, ao lado da China, lideram as emissões mundiais de GEE, oriundas principalmente da queima de carvão para geração de energia. Mas isso pode mudar. De acordo com o especialista em energia Roberto Brandão, do Gesel-UFRJ, o boom do gás de xisto nos EUA pode ajudar o país a reduzir suas emissões de GEE, vilões do aquecimento global .

O governo americano concedeu este ano a primeira licença para exportar gás. Existem mais de 21 pedidos de licença para exportação no país. Mas o caminho para expansão do setor, contudo, continua obscuro.

De um lado, os ambientalistas questionam a segurança da tecnologia de fraturamento hidráulico que, por ser nova, reserva efeitos danosos para o meio ambiente, como contaminação do solo e água, e outros ainda desconhecidos. Do outro lado, tem ainda a própria indústria fazendo lobby contrário à exportação de gás do país, a fim de evitar o aumento do preço do gás no mercado.

Segundo o pesquisador, essa fonte, que há mais de 10 anos vem sendo desenvolvida no país, se apresenta como alternativa abundante, mais barata (em relação às renováveis) e com menor emissão que o carvão, fonte que hoje supre 45% da demanda energética americana.

"A redução de emissões na indústria do carvão é a maior oportunidade para mitigar sem custos excessivos. Esta tendência deve ser capitaneada pelos EUA devido ao barateamento do gás no mercado interno", afirmou, durante evento promovido pelo movimento Planeta Sustentável, em Foz-do-Iguaçu."Nesse momento, a indústria de carvão está decadente por lá, e a tendência é de substituição de carvão por gás", afirma.

Conforme Brandão, a participação do gás na matriz mundial está crescendo, ao passo que as de outras fontes, como petróleo, estão caindo. "Claro, o gás natural é uma fonte de energia de origem fóssil, mas tem menores emissões do que seus pares", pondera.

No contexto atual, medidas mitigatórias que impliquem em aumentos substanciais de custos tangíveis, provavelmente não serão adotados em grande escala, na opinião do especialista. "A maior parte das renováveis ainda não são tangíveis do ponto de vista financeiro", sublinha.

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