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Gabrielli nega caráter eleitoral em suas manifestações

O presidente da Petrobras considera natural sua entrada no jogo eleitoral da campanha do PT

Lula e Sérgio Gabrielli: o presidente da Petrobras explica seu comportamento (Roosewelt Pinheiro/AGÊNCIA BRASIL)

Lula e Sérgio Gabrielli: o presidente da Petrobras explica seu comportamento (Roosewelt Pinheiro/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 09h30.

São Paulo - O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, considera natural sua entrada no jogo eleitoral da campanha para Presidência da República, que classifica como “político, não eleitoral”. "Uma empresa que é hoje a âncora de uma cadeia que representa mais de 10% do PIB (Produto Interno Bruto), uma empresa que representa mais de 7% das exportações brasileiras, que representa 12% da arrecadação federal, e mais de 20% da arrecadação de alguns Estados. Como esta empresa pode estar fora deste processo eleitoral?", questiona, em entrevista ao Estado de S. Paulo.

Segundo ele, foi a mídia quem cunhou de "eleitoreira" sua entrada como personagem do segundo turno. "Esta empresa tem que ser fortalecida, porque senão ela não cumpre a função que o Estado está delegando pra ela. Isso não é eleitoral. Quem chamou de eleitoreiro foram os editores de jornais", disse.

Nas duas semanas seguintes ao período de silêncio de mais de 90 dias - imposição de órgãos fiscalizadores do mercado de capitais a executivos envolvidos em operações financeiras -, Gabrielli despontou como mais um personagem do segundo turno. Sentou na primeira fila em debate dos candidatos na TV e fez críticas ao ex-diretor geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) David Zylbersztajn, que havia rebatido declarações de Dilma Rousseff (PT). A candidata falara sobre uma suposta intenção tucana de privatizar a estatal. 

"O Brasil tem o maior volume de petróleo descoberto nos últimos tempos e a maior perspectiva de acrescentar nova produção nos próximos anos (...) Tem a possibilidade de capturar para o País, e não para as empresas, parte significativa da renda futura com o petróleo. Tem a possibilidade alocar isso para fazer mudanças estruturais a longo prazo. Como é que o processo eleitoral passa ao largo desta discussão? Não pode", afirmou.

Perguntado se, dependendo do resultado da eleição o sistema de partilha de royalties pode ser abandonado, Gabrielli disse que a questão está subordinada ao Congresso. Também disse não depender dele sua manutenção no cargo caso Dilma seja eleita. "Isso não depende de mim, depende do Conselho da Petrobras. Se for convidado, ficarei", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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