Barcos de pesca danificados após passagem do Beryl em Barbados (RANDY BROOKS / AFP) (RANDY BROOKS / AFP)/AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 2 de julho de 2024 às 05h59.
Última atualização em 2 de julho de 2024 às 09h27.
O furacão Beryl atingiu o status de categoria 5 na noite de segunda-feira depois de arrancar portas, janelas e telhados de casas em todo o sudeste do Caribe, com ventos devastadores e tempestades alimentadas pelo calor recorde do Atlântico.
Beryl atingiu a ilha de Carriacou, em Granada, como a primeira tempestade de categoria 4 no Atlântico, e no final do dia o Centro Nacional de Furacões em Miami disse que seus ventos aumentaram para a intensidade de categoria 5. Variações na força e, posteriormente, um enfraquecimento significativo foram previstas à medida que a tempestade avança ainda mais para o Caribe nos próximos dias, segundo informações da Associated Press.
O primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, disse que uma pessoa morreu e que ainda não pode dizer se houve outras mortes relacionadas porque as autoridades não conseguiram avaliar a situação nas ilhas de Carriacou e Petite Martinique, onde houve relatos iniciais de grandes danos.
As ruas da ilha de Santa Lúcia ao sul até Granada estavam repletas de árvores caídas e sem energia. Os ventos se intensificaram na manhã desta terça e chegaram a registrar 270 km/h.
Major Hurricane #Beryl reaches Category 5, the earliest on record for the Atlantic basin 🌀👀 pic.twitter.com/kUmEZ2sfhC
— Zoom Earth (@zoom_earth) July 2, 2024
O furacão Beryl ainda estava passando pelo sudeste do Caribe na manhã de terça-feira em direção ao sul da Jamaica. Depois, deve chegar à Península de Yucatán, no México, no final da quinta-feira, como uma tempestade de categoria 1.
Beryl estava a cerca de 715 quilômetros da Ilha Beata, na República Dominicana, e se movia a 35 km/h. Estava em vigor um alerta de furacão para a Jamaica e um alerta de tempestade tropical para a costa sul de Hispaniola, ilha partilhada pelo Haiti e pela República Dominicana, segundo a AP.
O último furacão forte a atingir o sudeste do Caribe foi o furacão Ivan, há 20 anos, que matou dezenas de pessoas em Granada.
Beryl passou de uma depressão tropical a um grande furacão em apenas 42 horas, o que apenas seis outros furacões no Atlântico conseguiram até hoje, de acordo com o especialista em furacões Sam Lillo.
Foi também o primeiro furacão de categoria 4 no Atlântico, superando o furacão Dennis, que se tornou uma tempestade de categoria 4 em 8 de julho de 2005. Beryl mais tarde se tornou o primeiro furacão de categoria 5 observado na bacia do Atlântico já registrado, e apenas o segundo furacão de categoria 5 no mês de julho depois de Emily em 2005, segundo o o Centro Nacional de Furacões.
Beryl também marcou o ponto mais a leste onde um furacão se formou no Atlântico tropical em junho, quebrando um recorde estabelecido em 1933, de acordo com Philip Klotzbach, pesquisador de furacões da Colorado State University.
BREAKING: Hurricane Beryl upgraded to a category 5 hurricane with 161 mph winds.
This is nearly unheard of this early in the season. pic.twitter.com/s2KxELwaEM
— Brian Krassenstein (@krassenstein) July 2, 2024
Beryl também é a segunda tempestade nomeada na temporada de furacões no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro. No início deste mês, a tempestade tropical Alberto atingiu o nordeste do México e matou quatro pessoas.
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional previu que a temporada de furacões de 2024 provavelmente será bem acima da média, com algo em torno de 17 e 25 tempestades nomeadas. A previsão era de até 13 furacões e quatro grandes furacões.
Uma temporada de furacões no Atlântico, em média, produz 14 tempestades nomeadas, sete delas furacões e três grandes furacões.