Fundação Donald Trump é fechada após acusação de uso eleitoral
A fundação do presidente americano é acusada de arrecadar fundos para financiar a campanha eleitoral de 2016 e pagar gastos pessoais de Trump
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 18h50.
Nova York — A procuradora-geral de Nova York, Barbara Underwood, informou nesta terça-feira sobre o acordo de dissolução da Fundação Donald Trump, sob supervisão judicial e revisão dessa agência do Estado ao estar sob suspeita por um "padrão de ilegalidade" na campanha presidencial de 2016.
Segundo Barbara, a fundação assinou uma estipulação para sua dissolução, depois que o Tribunal Supremo de Manhattan aprovou um pedido da Procuradoria para que essa organização não continuasse, o que a promotora catalogou como "uma grande vitória".
Em junho a Procuradoria processou a fundação, incorporada em 1987, a qual acusam de várias irregularidades, depois de dois anos de investigação, pedindo a sua dissolução, o que o tribunal aceitou.
O Estado argumentou então que havia na fundação um "padrão de conduta ilegal persistente", que teria se prolongado durante mais de uma década e que inclui uma "ampla coordenação de política ilegal" com a campanha presidencial.
De acordo com essa acusação, tal organização arrecadou mais de US$ 2,8 milhões a fim de influir nas eleições e sob controle do comitê de campanha do agora presidente.
Barbara acusou Trump de ter utilizado sua fundação para pagar despesas judiciais, promover seus hotéis e outros negócios e para adquirir artigos pessoais.
O processo, que também pede uma restituição de US$ 2,8 milhões e sanções e uma proibição de dez anos ao presidente Trump e de um ano para três de seus filhos para poder trabalhar em articulações de outras organizações beneficentes de Nova York, continua em curso, acrescenta o comunicado da Procuradoria sobre o acordo.
"A estipulação de hoje cumpre uma parte chave do alívio procurado no nosso processo. Segundo os termos, a Fundação Trump só pode se dissolver sob supervisão judicial, e só pode distribuir os ativos de caridade restantes a organizações credenciadas aprovadas pelo meu escritório", indicou Barbara no comunicado da Procuradoria-Geral de Nova York.