Alberto Fujimori: "meu coração não vai aguentar, está fraco demais para passar por isso novamente", afirmou em vídeo (Mariana Bazo/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de outubro de 2018 às 17h03.
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, cujo indulto foi anulado pela Justiça, pediu às autoridades nesta quinta-feira, 4, que não o enviem de volta à prisão, o que significaria uma "condenação à morte".
"Quero pedir ao presidente da República e aos membros do Poder Judiciário apenas uma coisa: por favor, não me matem. Se eu retornar à prisão meu coração não vai aguentar, está fraco demais para passar por isso novamente. Não me condenem à morte, já não aguento mais", declarou Fujimori, de 80 anos, em um vídeo gravado na clínica onde ingressou na última quarta-feira.
Fujimori, que tem problemas crônicos como hipertensão e arritmia cardíaca, recebeu um indulto humanitário em dezembro de 2017 depois de 12 anos de prisão, onde cumpria uma sentença de 25 anos por crimes contra a humanidade durante seu governo (1990-2000).
Mas ontem a Suprema Corte anulou o indulto e ordenou que o ex-presidente retornasse à prisão.
Nesta quinta, o ministro do Interior, Mauro Medin, informou que Fujimori já está sob custódia policial na Clínica Centenário Peruano-Japonesa, na qual esteve internado várias vezes por problemas de saúde.
"Ele já está detido", disse o ministro à rádio RPP sobre a situação legal de Fujimori.
"Esperamos apenas sua alta da clínica para que seja levado ao Instituto Penitenciário Nacional". acrescentou.
Fujimori foi hospitalizado na quarta-feira à tarde por "ter sofrido uma descompensação, com um aumento nos batimentos cardíacos. Ele sofreu uma queda na pressão arterial, por isso foi levado à clínica para uma série de avaliações e tratamentos", segundo informou seu médico Alejandro Aguinaga.