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Frio glacial e neve fizeram mais de 500 mortes na Europa

Previsão é que temperatura no continente caia ainda mais nesse fim de semana

A Ucrânia é até agora o país mais afetado pelo frio, com 135 mortes (Dimitar Dilkoff/AFP)

A Ucrânia é até agora o país mais afetado pelo frio, com 135 mortes (Dimitar Dilkoff/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 13h51.

Kiev - Frio glacial, fortes tempestades de neve e ventos violentos continuam nesta quinta-feira na Europa e podem se agravar ainda mais neste fim de semana, enquanto a onda de frio já matou mais de 500 pessoas em pouco mais de dez dias.

Na Ucrânia, onde as temperaturas podem chegar a 30 graus negativos no final de semana, as autoridades pararam de dar novos registros diários sem explicação. A Ucrânia até terça-feira, quando foi divulgado o último registro oficial, era o país da Europa mais afetado com 135 mortes (112 mortes causadas diretamente pelo frio).

O Estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, continua completamente congelado. Cerca de 130 barcos estão presos e não podem ser retirados pelo quebra-gelo por causa do mau tempo.

Na Polônia, apesar das temperaturas um pouco mais amenas nos últimos dois dias, foram registrados nesta quinta-feira mais três novas mortes por hipotermia, elevando para 77 o número de mortos deste o início da onda de frio. Acrescentam-se a este registro cinquenta mortes ligadas a aquecedores defeituosos, que provocaram asfixia por monóxido de carbono e incêndios.

Em uma cidade do norte, a polícia repreendeu motociclistas que circulavam em lagos congelados para filmar e colocar na internet.

Na Rússia, o frio matou pelo menos 110 pessoas neste ano, 46 só em fevereiro, segundo o Ministério da Saúde, que não informou se os mortos foram registrados na parte europeia ou asiática do país.

O frio matou igualmente 23 pessoas na Lituânia, 10 na Letônia e uma na Estônia.

Na República Tcheca, um sem-teto morreu de hipotermia na quarta-feira em Kolin (60 km de Praga), elevando o número de mortos para 25. Para este fim de semana são esperadas temperaturas de 40 graus negativos nas montanhas e -25° em Praga.

Foram contabilizados mais 44 mortos na Romênia, 29 na Bulgária, que enfrenta tempestades de neve violentas às margens do Danúbio, e três na Eslováquia.


Nos Bálcãs, as temperaturas bateram novo recorde esta noite com -28° em Sokolac, na Bósnia, -26° em Slavonski Brod, na Croácia, e -25° em Novi Sad, segunda maior cidade da Sérvia, enquanto os habitantes da capital tremeram com -23°C e os de Belgrado com -22°C.

Duas pessoas morreram de frio na Sérvia e na Bósnia, aumentando para 27 o número de vítimas nos Bálcãs: 13 na Sérvia, oito na Bósnia, três na Croácia, um em Montenegro, um na Macedônia e um na Albânia.

Mais de 70 mil pessoas ainda estão isoladas pela neve em cidades distantes na Sérvia, Croácia, Bósnia, Macedônia e Montenegro, enquanto que na cidade de Mostar, na Bósnia, cerca de 15 mil abrigos estão sem energia elétrica pelo terceiro dia consecutivo.

E na cidade croata de Split, o número de fraturas recorde acabou com todo o estoque de gesso do hospital previsto para dois anos.

Na Sérvia, o elevado consumo de eletricidade levou as autoridades a advertir para um possível racionamento.

O rio Danúbio teve o seu tráfego fluvial interrompido, especialmente em toda sua extensão na Sérvia (588 km), devido ao gelo.

Na Hungria, onde 16 pessoas morreram desde o início da onda de frio, os mais pobres estão se aquecendo... com dinheiro. O Banco Central recicla suas notas, que são utilizadas como briquetes nos aquecedores de instituições sociais mais necessitadas.

Na França, onde o frio já matou cinco pessoas nos últimos dias, uma vida foi salva na quarta-feira: um homem de 34 anos que queria cometer suicídio pulou de uma ponte de 3 metros em Mulhouse (leste), mas o gelo do canal era tão sólido que não quebrou com o peso da pessoa, que ficou apenas ferida.

Na contramão do continente, na Holanda simplesmente não tem feito frio suficiente nos últimos dias: a famosa "Corrida das Onze Cidades", corrida de patinação de 200 km disputada por milhares de pessoas em canais congelados na província de Friesland (norte), não poderá acontecer "neste momento" porque o gelo está muito fino em alguns lugares.


A Itália, onde o número de mortos subiu para 43, se prepara para uma nova onda de frio intenso e neve nesta quinta-feira, enquanto o exército continua a desobstruir estradas de cidades do sul, bloqueadas por três metros de neve.

Os meteorologistas italianos preveem rajadas de vento do tipo nevasca nesta quinta-feira à noite no norte e o retorno da neve entre a noite de sexta e sábado em Roma, cidade acostumada com invernos amenos, e cujo prefeito distribuiu pás para 4 mil habitantes.

No fim de semana passado, a capital já havia enfrentado a tempestade de neve mais intensa em 27 anos, com até 30 centímetros de gelo em alguns lugares e cenas incomuns foram observadas: romanos esquiando nas encostas ou praticando snowboard em alguns parques.

Na Grécia, a onda de frio matou cinco pessoas, mais cinco na Áustria, quatro na Alemanha e na Holanda.

Na Suíça, o degelo começou na altitude, mas o frio e o vento continuam a afetar as planícies.

A onda de frio também atinge o norte da África, particularmente a Argélia, onde o número de mortos chegou a 44, e são esperadas novas tempestades de neve do fim de semana até terça-feira.

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