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Frei Betto diz que esquerda está feliz com o papa Francisco

Papa Francisco visita Cuba nesta sábado


	Papa Francisco visita Cuba
 (REUTERS/Giampiero Sposito)

Papa Francisco visita Cuba (REUTERS/Giampiero Sposito)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2015 às 15h05.

O teólogo brasileiro Frei Betto afirmou neste sábado, em Cuba, que a esquerda latino-americana está muito feliz com o Papa Francisco, por suas denúncias da exploração e da opressão no mundo.

"Toda a esquerda latino-americana que conheço está muito feliz com o papa Francisco, primeiro porque é um homem que está muito identificado com os princípios, objetivos e os conteúdos da Teologia da Libertação", disse Betto em uma entrevista coletiva em Havana. poucas horas antes da chegada do pontífice argentino à ilha.

"Francisco é o primeiro papa que tem claramente uma opção com os pobres e que denuncia as causas das injustiças, não apenas os efeitos", completou o frade dominicano e adepto da Teologia da Libertação.

Betto destacou que os papas "João Paulo II e Bento XVI elaboraram documentos importantes falando também das causas do império do dinheiro, da exploração, da opressão, mas nenhum foi tão contundente como Francisco em sua última encíclica 'Laudato Si', que sem nenhuma dúvida é o documento socioambiental mais importante na história da humanidade".

Por estas razões, o papa argentino "é um forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz", disse Betto.

Os analistas do Vaticano dizem que com Francisco a Teologia da Libertação deixou de ser "persona non grata" na Igreja Católica, doutrina que foi condenada durante décadas por ser considerada de inspiração marxista.

Vários gestos recentes do papa parecem corroborar a intenção de uma aproximação por parte da Igreja desta corrente de pensamento cristão, nascida na América Latina na década de 1970, que defende a causa de um clero mais próximo aos pobres.

Betto, que visita frequentemente Cuba e é autor do livro "Fidel e a religião", ressaltou a "habilidade" de Francisco nas gestões diplomáticas reservadas que conduziram a uma aproximação entre os Estados Unidos e a ilha comunista.

"O papa Francisco já fez muito, ou seja, como um estadista muito discretamente (...) para esta aproximação entre Cuba e Estados Unidos, um homem que maneja as cordas com muita discrição, muita habilidade", disse.

Betto é uma das personalidades estrangeiras que foram recebidas por em sua residência nos últimos meses.

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