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França: Putin não disse nada que sugira uma invasão, diz fonte

Putin e Macron conversaram por mais de 90 minutos ao telefone neste sábado, 12. Ainda assim, França recomendou a cidadãos que não viajem à Ucrânia

Macron e Putin em encontro em 7 de fevereiro: dois líderes voltaram a falar neste sábado, 12 (AFP/AFP)

Macron e Putin em encontro em 7 de fevereiro: dois líderes voltaram a falar neste sábado, 12 (AFP/AFP)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 15h48.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2022 às 16h01.

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou como "especulações provocativas" as acusações de que a Rússia esteja preparando uma invasão da Ucrânia, durante uma conversa neste sábado, 12, com seu homólogo francês, Emmanuel Macron. Uma fonte ligada à presidência francesa, por sua vez, afirmou a repórteres que Putin não deu indicação de que pretende invadir a Ucrânia.

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Na contramão de outras nações, a França não pediu para que os franceses deixassem o país, mas recomendou maior vigilância dos cidadãos em território ucraniano e pediu que viagens ao país sejam adiadas.

O porta-voz do Kremlin disse que não divulgaria o conteúdo das conversas com Macron nesta tarde. A Presidência francesa disse em nota, no entanto, que Macron disse a Putin que o diálogo "não é compatível" com a escalada de tensão e que busca a estabilidade na Europa. Os líderes conversaram por cerca de 1h40.

"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram [...] especulações provocativas relacionadas com uma suposta 'invasão' russa da Ucrânia, que é acompanhada de entregas significativas de armamentos modernos para este país", disse a Presidência russa em comunicado.

O Kremlin considera que essas acusações e esses meios militares criam "as condições para possíveis ações agressivas das forças ucranianas em Donbas", uma região no leste da Ucrânia onde a Rússia apoia separatistas armados há oito anos.

Putin voltou a reclamar que os Estados Unidos e a Otan, aliança militar do Ocidente, se neguem a aceitar "as iniciativas russas" para diminuir as tensões. A Rússia pede que a Otan ofereça garantias de que não se expandirá para o leste europeu nem incorporará a Ucrânia, e que retire suas tropas de países aliados que estão perto do território russo.

O Kremlin também acusou Kiev, mais uma vez, de não colaborar com o processo de paz na guerra de Donbas.

"A falta de vontade dos países ocidentais líderes para pressionar as autoridades de Kiev a cumprirem os acordos de Minsk também foi destacada", completou a Presidência russa.

Na conversa deste sábado, Macron disse ao colega russo, por sua vez, que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira da Rússia com a Ucrânia.

França diz que não há indicação de Putin

Segundo reportou a agência Reuters, uma fonte ligada à presidência francesa afirmou que Putin não disse, durante a ligação deste sábado, nada que indicasse que estaria se preparando para invadir a Ucrânia.

"Não vemos nenhuma indicação no que o presidente Putin diz que vai partir para a ofensiva", disse a autoridade a repórteres. "No entanto, estamos extremamente vigilantes e alertas à postura russa (militar) para evitar o pior".

Tanto Macron quanto Putin "expressaram a vontade de continuar o diálogo" para implementar os acordos de Minsk sobre a região separatista pró-russa de Donbas (leste da Ucrânia) e sobre "condições de segurança e de estabilidade na Europa", especificou o Palácio do Eliseu, após um telefonema de 1 hora e 40 minutos entre os dois líderes.

Macron ressaltou, contudo, que os ocidentais estão "decididos a reagir", se as Forças Armadas russas lançarem uma operação na Ucrânia, declarou a Presidência francesa.

Ele também "transmitiu as preocupações de seus parceiros e aliados europeus", acrescentou a mesma fonte.

A discussão entre Macron e Putin é a continuação do encontro de cinco horas entre ambos, na última segunda-feira, 7, no Kremlin. No dia seguinte, o líder francês viajou para Kiev, onde se reuniu com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Depois, Macron embarcou rumo a Berlim.

O Eliseu, residência oficial do presidente francês, indicou que esta viagem diplomática atingiu seu "objetivo", ao permitir "avançar" para reduzir a tensão.

(Com AFP e Reuters)

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