A iniciativa de Paris é um um novo esforço diplomático para conter a crise (MANDEL NGAN, Mikhail Metzel/AFP)
AFP
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 06h27.
A França afirmou que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e Estados Unidos, Joe Biden, aceitaram "a princípio" participar em uma reunião de cúpula proposta para evitar uma invasão russa da Ucrânia, mas o Kremlin destacou que é "prematuro" falar de um encontro entre os dois chefes de Estado.
A iniciativa de Paris é um um novo esforço diplomático para conter a crise.
A reunião proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron, será seguida de encontro com "todas as partes envolvidas" nesta crise em que será abordada "a segurança e a estabilidade estratégica na Europa", afirmou o Palácio do Eliseu.
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Paris destacou, no entanto, que o diálogo "não poderá acontecer se a Rússia invadir a Ucrânia".
A Casa Branca confirmou a disposição de Biden de participar em uma reunião com Putin.
O governo dos Estados Unidos está "comprometido com a diplomacia até o momento em que começar a invasão", declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em um comunicado. "O presidente Biden concordou em princípio com uma reunião com o presidente Putin... se não acontecer uma invasão", acrescentou.
"Também estamos preparados para aplicar sanções rápidas e severas se a Rússia optar pela guerra. E, atualmente, a Rússia parece continuar os preparativos para um ataque em grande escala muito em breve na Ucrânia", afirmou Psaki.
Mas o governo russo foi bem mais cauteloso ao comentar a possível reunião entre Putin e Biden.
"Há um entendimento sobre o fato de ter que continuar o diálogo entre ministros (das Relações Exteriores). Falar sobre planos concretos para organizar reuniões de cúpulas é prematuro", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"Uma reunião é possível caso os chefes de Estado a considerem útil", acrescentou, antes de afirmar que Biden e Putin sempre têm a possibilidade de conversar "por telefone ou de outra maneira quando necessário".
A proposta de reunião foi anunciada após um fim de semana de gestão diplomática de Macron, que conversou duas vezes por telefone com Putin, além de ter dialogado com Biden e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O anúncio francês aconteceu no momento em que Rússia e Ucrânia trocam acusações de responsabilidade por novos combates na região leste separatista ucraniana.
A agenda da possível reunião deve ser preparada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, segundo a presidência francesa.
O anúncio francês surpreendeu e contrasta com o temor de uma invasão russa da Ucrânia. Blinken insistiu no domingo que a Rússia está "a ponto" de invadir o país vizinho.