O chanceler francês, Juppé, disse que essa opção de exclusão aérea deve ser considerada se tiver o endosso de uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 13h58.
Paris - França e Grã-Bretanha disseram ao líder líbio Muammar Kadafi na quinta-feira que, se os ataques contra cidadãos de seu país continuarem, farão pressão pela imposição de uma zona de exclusão aérea.
O aviso foi emitido após discussões em Paris entre o ministro de Relações Exterior francês, Alain Juppé, e seu colega britânico, William Hague.
Grã-Bretanha e França querem que Kadafi renuncie e estão trabalhando sobre propostas "ousadas e ambiciosas" a serem apresentadas a uma reunião de líderes da União Europeia, na próxima semana, para discutir a intensificação da pressão sobre a Líbia, disseram os dois ministros a repórteres.
Na segunda-feira, Londres e Paris convocaram uma reunião de líderes da UE para discutir a Líbia. A cúpula foi marcada para 11 de março. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que seu país estuda planos para a declaração de uma zona de exclusão aérea militar.
O chanceler francês, Juppé, disse que essa opção pode e deve ser considerada, mas apenas se tiver o endosso de uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Qualquer envolvimento militar estrangeiro em países árabes é uma questão delicada para países ocidentais, que têm a consciência incômoda de que o Iraque sofreu anos de derramamento de sangue e violência da Al Qaeda depois da invasão liderada pelos EUA em 2003 que afastou Saddam Hussein do poder.
"A França não pensa que, nas circunstâncias atuais, uma intervenção militar ou forças da Otan seriam bem-vindas no sul do Mediterrâneo, podendo ser contraproducente", disse Juppé.
"Isto dito, em vista das ameaças do coronel Kadafi, precisamos estar em condições de reagir, e é por isso que concordamos com planos de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia", acrescentou.
Autoridades dos EUA dizem que não estão excluindo qualquer possibilidade, mas a secretária de Estado Hillary Clinton afirmou esta semana que uma zona de exclusão aérea não constitui uma prioridade imediata.
O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, destacou o que está implícito em uma zona de exclusão aérea quando, na quarta-feira, disse que tal iniciativa "começa com um ataque à Líbia para destruir as defesas aéreas".