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França e Reino Unido buscam retomar relações após anos de inimizade

Relações melhoraram nos últimos meses desde que Sunak chegou ao poder em outubro, depois de anos de antagonismo durante o mandato de Boris Johnson em Londres

Emmanuel Macron e Rishi Sunak: anos de antagonismo durante o mandato de Boris Johnson parecem ter chegado ao fim (AFP/AFP)

Emmanuel Macron e Rishi Sunak: anos de antagonismo durante o mandato de Boris Johnson parecem ter chegado ao fim (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 9 de março de 2023 às 11h59.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, tentarão retomar as relações de ambos os lados do Canal da Mancha na sexta-feira, 10, em Paris, após anos de inimizade entre esses aliados históricos.

A primeira cúpula franco-britânica desde 2018 ocorre semanas antes da primeira visita do novo rei Charles III ao exterior no final do mês, outro sinal da reaproximação do Reino Unido com seu aliado.

"Estamos renovando as coisas agora, colocando as coisas em ordem e nos preparando para o futuro", disse um assessor do presidente francês, que pediu anonimato, a repórteres na quarta-feira.

Depois de anos de antagonismo durante o mandato de Boris Johnson em Londres, as relações melhoraram nos últimos meses desde que Sunak chegou ao poder em outubro, abrindo caminho para a criação de novas iniciativas.

Uma delas pode ser um novo acordo para impedir a chegada de migrantes do norte da França ao Reino Unido pelo Canal da Mancha. Paris pressiona por recursos adicionais para financiar os controles.

Os assessores de Sunak consideram "crucial" trabalhar com a França para evitar essas travessias perigosas, especialmente quando mais de 46.000 migrantes chegaram às costas inglesas de forma irregular em 2022, um recorde.

Embora se espere que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) continue gerando tensões, desenvolvimentos recentes, incluindo um acordo para resolver o status comercial da Irlanda do Norte, ajudaram a melhorar o clima.

Defesa, "a pedra angular"

Os vizinhos - as maiores potências militares e diplomáticas da Europa - também encontraram uma causa comum na Ucrânia, apoiando a luta de Kiev contra a invasão russa de Vladimir Putin.

"A guerra na Ucrânia os obrigou a se aproximar", disse à AFP Georgina Wright, especialista do centro de pesquisa francês Institute Montaigne, para quem "há uma tentativa de construir uma relação de confiança".

Iniciativas no campo da defesa, como o treinamento conjunto de soldados ucranianos, o fortalecimento da defesa da Otan no leste da Europa ou o desenvolvimento conjunto de sistemas de armas também estarão sobre a mesa.

"A cooperação em defesa continua sendo a pedra angular do relacionamento bilateral", escreve o Instituto Francês de Relações Exteriores em nota por ocasião da cúpula.

A preocupação mútua com o programa nuclear da China e do Irã também é vista como razão convincente para retomar as relações.

As semelhanças entre Macron, de 45 anos, e Sunak, 42, ambos ex-banqueiros de investimentos, também ajudam a deixar para trás a tensão dos anos anteriores.

O presidente francês havia criticado a vacina anticovid britânica e, segundo a imprensa, descreveu Johnson como um "palhaço". Este último também ridicularizou Macron durante a crise de submarinos australianos.

Um ministro francês chegou ao ponto de ameaçar cortar a energia para as ilhas britânicas do Canal, na costa francesa, depois que Johnson enviou navios pelos protestos dos pescadores franceses.

Em seu último encontro em novembro, no âmbito da cúpula do clima da ONU (COP) no Egito, Macron e Sunak já mostraram a mudança de clima com fortes abraços.

"Amigos", tuitou o britânico junto com uma foto do encontro, referindo-se às declarações de sua antecessora, Liz Truss, que em agosto disse não saber se Macron era "amigo ou inimigo".

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