O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian: "continuaremos os bombardeios nos próximos dias" (Raigo Pajula/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 16h55.
Paris - O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou nesta terça-feira que seu país vai continuar com os bombardeios contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Iraque "nos próximos dias" e que isso não mudará mesmo com ameaça dos sequestradores, ligados ao grupo extremista, de executar um refém francês na Argélia.
Em entrevista ao canal de televisão "France 2", Le Drian explicou que após o primeiro bombardeio da última sexta-feira, no qual foi destruído um centro de logística do EI no nordeste do Iraque, as forças francesas agora estão tentando "identificar outros alvos".
"Continuaremos os bombardeios nos próximos dias" com o mesmo objetivo de ajudar às tropas em terra dos curdos e das autoridades iraquianas, que solicitaram a participação da França.
O ministro francês insistiu que "as ameaças não mudam nada", em referência ao grupo que no domingo sequestrou o guia francês Hervé Gourdel nas montanhas da região da Cabília, na Argélia, e que ontem advertiram que o decapitariam se a França não interrompesse suas operações contra os jihadistas no Iraque no prazo de 24 horas.
Fez questão de ressaltar que "esta pressão de grupos terroristas não é nova", e lembrou que a Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) disse outra vez que a França era "o inimigo número 1" e nem por isso o governo francês interrompeu sua operação militar para combater os jihadistas do norte do Mali.
Sobre o EI, Le Drian reconheceu que "a novidade é que esse grupo terrorista é inédito", na medida em que, além de sua "determinação extrema", é "militarmente muito sofisticado", já que pode realizar tanto ações terroristas como outras de guerra clássica contra um Exército como o iraquiano, e também que "é rico" e atrai combatentes de muitos países.
Le Drian não quis dizer se a França tem contatos com os sequestradores de Gourdel nem se tem informações sobre seu estado.
Limitou-se a informar que, quando um francês é sequestrado, a regra é agir "com discrição e determinação" e que, neste caso, isso está sendo feito em colaboração com as autoridades argelinas.
Também não quis confirmar as informações divulgadas por vários meios de comunicação sobre a presença de forças especiais francesas junto com as argelinas que buscam pelo refém na Cabília.