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França assegura que ataques na Líbia prosseguirão pelo "tempo necessário"

Kadafi deve aceitar condições da ONU para que ofensiva pare

França quer proteger civis dos ataques do ditador (Gianluigi Guercia/AFP)

França quer proteger civis dos ataques do ditador (Gianluigi Guercia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 06h32.

Paris - O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, afirmou nesta quinta-feira que os ataques da coalizão na Líbia "continuarão o tempo necessário para neutralizar" as forças militares de Muammar Kadafi, e que chegarão ao fim se o regime da Líbia aceitar as condições fixadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Os objetivos são extremamente claros: proteger a população civil e também pôr em vantagem os oponentes de Kadafi que lutam pela liberdade e a democracia", declarou Juppé em entrevista à emissora de rádio "RTL".

O ministro reiterou que a derrocada do líder líbio não figura na resolução das Nações Unidas, mas especificou que, depois do que ocorreu, não pode imaginar que um regime assim possa perdurar. Juppé, no entanto, avaliou que, em qualquer caso, são os líbios que devem decidir.

Sobre isso, Juppé antecipou que a próxima iniciativa pela qual trabalhará o presidente francês, Nicolas Sarkozy, começando no Conselho Europeu desta quinta-feira em Bruxelas, é "reunir as condições para um diálogo nacional" da qual participe o Conselho Nacional Transitório líbio (CNT) e também outros grupos.

O ministro avaliou que o comando político da intervenção internacional "está bastante claro: é uma operação das Nações Unidas".

Juppé informou que para garantir o direcionamento político, França e Reino Unido decidiram reunir os membros da coalizão na próxima semana em Londres com o objetivo de constituir "uma espécie de grupo de contato".

Quanto ao planejamento e à direção das operações, lembrou que a princípio ficou a cargo dos Estados Unidos, mas "agora pensamos que a Otan pode ter esse papel".

O chefe da diplomacia francesa afirmou que com os cinco primeiros dias de ataques da coalizão "foi obtido um primeiro êxito".

"Salvamos Benghazi, permitindo restabelecer o equilíbrio" na luta entre as forças de Kadafi e seus oponentes, assinalou Juppé, antes de indicar que sem a intervenção militar internacional o líder líbio "teria massacrado seus oponentes em Benghazi".

Segundo a avaliação de Juppé, o potencial militar de Kadafi "foi amplamente destruído", embora "disponha de meios em terra", como ilustram os bombardeios de ontem em Misrata.

Questionado sobre se os ataques da coalizão deixaram vítimas civis, como denuncia o regime do líder líbio, Juppé respondeu fazendo referência aos relatórios dos militares franceses que "nos dizem o contrário".

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