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Fórum de 46 países esclarece financiamento climático

Protagonistas na proteção ambiental querem levantar US$ 100 bi por ano até 2020

Usina de energia perto de Muswellbrook, Austrália (Torsten Blackwood/AFP)

Usina de energia perto de Muswellbrook, Austrália (Torsten Blackwood/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Genebra - Quarenta e seis países tiveram uma ideia mais clara, nesta sexta-feira, do que representará assegurar um acordo de centenas de bilhões de dólares em ajuda climática, uma questão que ameaça as esperanças de que seja aprovado um tratado sobre o aquecimento global.

O encontro informal de dois dias, que reuniu os maiores 'players' da questão climática, indicou que o apoio crescente a um "fundo verde" para ajudar a levantar 100 bilhões de dólares ao ano até 2020, disseram alguns dos participantes.

A ministra mexicana das Relações Exteriores, Patricia Espinosa, disse ser possível que o fundo receba sinal verde, em dezembro, durante a conferência da Convenção-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), formada por 194 países.

"Esperamos poder tomar uma decisão muito formal com respeito ao estabelecimento do fundo e, ao mesmo tempo, decidir sobre como fazer este fundo conseguir destinar os recursos imediatamente, porque há um senso de urgência", disse Espinosa a jornalistas.

No entanto, o otimismo dela foi rebaixado pelos Estados Unidos, ao alertar que espera uma contrapartida sobre outros temas ambientais revelantes, especialmente o corte de gases de efeito estufa e o monitoramento das garantias nacionais, antes da implantação do Fundo Verde.

"Isto tem que ser parte de um pacote", disse o enviado climático americano Todd Stern.

"Isto não significa que poderemos negociar mais adiante, (mas) todos estes elementos chave precisam se mexer, não apenas um ou dois", acrescentou.


O encontro de Genebra visava a restaurar a abalada confiança e focar no pragmatismo após o quase fiasco da Cúpula de Copenhague, em dezembro passado, concebido para selar um acordo para intensificar os cortes de emissões dos gases de combustíveis fósseis a partir de 2012 e reunir bilhões de dólares em ajuda para países vulneráveis.

Marcada por trocas de acusações, a cúpula foi encerrada com um acordo de último minuto, batizado de Acordo de Copenhague, no qual se estabeleceu a meta de reduzir o aquecimento global a dois graus Celsius e contou com o registro de promessas voluntárias para reduzir emissões.

Os países ricos também prometeram mobilizar até 100 bilhões de dólares ao ano em ajuda climática até 2020.

As conversações de Genebra reúnem as maiores economias, os grandes emergentes e países representantes das nações pobres, com vistas a trocar ideias sobre quem deveria administrar o dinheiro e como deveria ser supervisionado.

A secretária-executiva da Convenção-quadro, Christiana Figueres, descreveu o evento como "uma discussão muito, muito útil".

"Muitas propostas foram feitas. Cabe aos negociadores pegar estas ideias, selecioná-las e inseri-las na discussão mais ampla", disse à AFP.

Um painel de especialistas sob o mando do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estuda as opções de financiamento, inclusive com a atribuição de taxas de emissões de carbono. O painel se reúne pela última vez em Adis Abeba em 12 de outubro e lançará seu relatório "em 30 de outubro", explicou Janos Pasztor, integrante do painel.

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