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Forças de segurança matam manifestantes no Congo

Os protestos exigem a renúncia do presidente Joseph Kabila, uma vez que o mandato presidencial terminou de segunda para terça-feira

Protestos: "Quanto à questão das mortes, a coisa parece feia", disse o diretor de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Congo (Thomas Mukoya/Reuters)

Protestos: "Quanto à questão das mortes, a coisa parece feia", disse o diretor de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Congo (Thomas Mukoya/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 18h12.

Kinshasa - Forças de segurança mataram a tiros vários manifestantes que se reuniram nas ruas da capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, nesta terça-feira, para exigir a renúncia do presidente Joseph Kabila, uma vez que o mandato presidencial terminou de segunda para terça-feira.

Os protestos tiveram início nesta terça-feira, e o líder opositor Étienne Tshisekedi conclamou o povo congolês a resistir pacificamente a Kabila, que permaneceu no cargo após o fim de seu mandato constitucional sem marcar uma eleição para escolher o sucessor.

Tiros foram ouvidos em vários bairros de Kinshasa, cidade com 12 milhões de habitantes, e as medidas tomadas para conter a dissidência despertaram temores de uma repressão sangrenta.

"Quanto à questão das mortes, a coisa parece feia", disse o diretor de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Congo, José Maria Aranaz, à Reuters por telefone.

"Estamos analisando alegações de até 20 civis mortos, mas elas (informações) são bastante sólidas".

Ao menos dois civis foram mortos de segunda para terça-feira quando soldados abriram fogo durante confrontos no bairro de Kingabwa, disseram duas testemunhas.

Não foi possível contatar o porta-voz do governo para obter comentários, e o porta-voz da polícia disse não ter informações.

Devido à vigência de uma proibição de manifestações e à grande presença militar, as vias normalmente mais movimentadas de Kinshasa estavam em sua maior parte desertas, e pequenos grupos de jovens se reuniam em ruas laterais para logo serem dispersados por disparos de gás lacrimogêneo.

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