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Fome poderá se espalhar para outras regiões da África, diz ONU

O problema que já matou milhares de pessoas no Chifre da África poderá chegar a outras seis outras regiões

Campo de refugiados em Kobe fica na fronteira com a Somália: cada vez mais refugiados somalis sofrem com a fome (Roberto Schmidt)

Campo de refugiados em Kobe fica na fronteira com a Somália: cada vez mais refugiados somalis sofrem com a fome (Roberto Schmidt)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 18h55.

Nações Unidas - A fome no Chifre da África, que já matou milhares de pessoas, poderá em breve se espalhar para seis outras regiões, informou a chefe da missão humanitária da ONU nesta segunda-feira.

Crianças e adultos subnutridos estão morrendo enquanto caminham para campos de refugiados e 1,4 bilhão de dólares são necessários para conter a fome que está fora do controle, afirma Valeria Amos, secretária-geral de crise humanitária da ONU.

Em torno de "12,4 milhões de pessoas em Quênia, Etiópia, Somália e Djibuti necessitam de ajuda e a situação está piorando", disse Amos em comunicado à imprensa.

Crise de fome foi declarada em duas regiões da Somália no mês passado. "Se não formos capazes de controlar esse processo agora, poderá espalhar-se para cinco ou seis outras regiões dentro da Somália", disse Amos à AFP.

Ela pediu uma "resposta sólida" para parar a ampliação da crise.

"Milhares de somalis já morreram e centenas de milhares sofrem de inanição com consequências para toda a região", disse Amos.

Em torno de 1 bilhão de dólares já foram prometidos pela comunidade internacional, mas Amos afirma que as Nações Unidas "precisam urgentemente de 1,4 bilhão de dólares para salvar vidas".

Em torno de 3,7 milhões de pessoas na Somália, 4,5 milhões na Etiópia, 3,7 milhões no Quênia e centenas de milhares em Djibuti precisam de ajuda, informou a secretária da ONU.

A ONU não tem uma cifra específica das mortes causadas pela fome por conta das dificuldades em obter informações de regiões remotas da Somália, muitas das quais são controladas por insurgentes islâmicos em conflito com o governo.

"São longas distâncias e as pessoas estão em um estado de subnutrição, particularmente crianças, que estão morrendo quando caminham para buscar comida", disse Amos à AFP.

"Se conseguirmos evitar que essas pessoas já muito frágeis tenham de caminhar longas distâncias nós poderíamos evitar muitas mortes", acrescentou.

Amos disse que pequenos proprietários de terra na Etiópia estavam desesperados por ajuda na pior seca em 60 anos, que matou sua criação e agora eles não tem o que comer, nem dinheiro para comprar comida.

Ainda não se sabe se a seca espalhou-se para o estado isolado de Eritreia, disse Amos, apesar de o governo ter afirmado que não há estoques de comida.

Meteorologistas citados pelo governo americano sugerem que a seca está atingindo Eritreia.

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