FMI critica abuso na classificação de risco de países
FMI defendeu regulamentação das notas de risco das dívidas dos países
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2010 às 18h14.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou nesta quarta-feira o uso - segundo o organismo, abusivo - das notas dadas para os papéis de dívida dos Estados, estimando que as agências de classificação de risco beneficiam-se de um poder desmedido sobre os investidores.
"As autoridades deveriam trabalhar para a supressão das normas e regulamentações que condicionam às notas as decisões de venda ou de compra", informou o comunicado do FMI, no estudo "Uso e mau uso das notas da dívida dos Estados".
O problema veio à tona na primavera do Hemisfério Norte, com a crise orçamentária que a Grécia atravessa.
A partir das notas dadas a um emissor de dívida ("Ba1" e "Ba1-" para a agência Moody's, "BB+" e "BB-" para Standard and Poor's), certos investidores têm por regra não comprar títulos de categoria "especulativa", o que automaticamente faz seu valor cair.
Além disso, alguns produtos de investimento não permitem ter papéis "especulativos".
Em 14 de junho, a Moody's rebaixou abruptamente quatro níveis da nota da Grécia, para relegá-la a essa categoria especulativa. Na Europa, considerou-se que a decisão chegava em mau momento, quando o país beneficiava-se de um plano de resgate de 110 bilhões de euros do FMI e da União Europeia.
O FMI citou o "efeito guilhotina": quando, da noite para o dia, sem que a situação de suas contas públicas tivesse mudado, um Estado pode se ver em dificuldades para se financiar.
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