FMI começa a negociar novo programa de crédito com a Argentina
Novo programa visa ampliar avanços econômicos obtidos durante o primeiro ano de gestão de Javier Milei
Agência de notícias
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 17h08.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou negociações com a Argentina para estabelecer um novo programa de ajuda financeira, conforme anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 19.
“As autoridades expressaram oficialmente seu interesse em alcançar um novo programa de ajuda. As negociações estão em andamento”, afirmou Julie Kozack, diretora de comunicação do FMI.
Segundo Kozack, o primeiro ano de gestão de Javier Milei, iniciado em dezembro de 2023, trouxe avanços significativos na estabilização econômica da Argentina. A porta-voz destacou reduções na inflação, superávit fiscal e melhorias nas reservas internacionais e no salário real.
O Produto Interno Bruto (PIB) argentino cresceu 3,9% no terceiro trimestre de 2024, comparado aos três meses anteriores, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas da Argentina (Indec). Apesar disso, a comparação interanual apontou queda de 2,1%.
“Nosso time continua trabalhando de forma construtiva com as autoridades argentinas para avançar nos progressos feitos e resolver desafios pendentes”, concluiu Kozack.
Relação com os Estados Unidos
Em entrevista ao The Wall Street Journal, Milei manifestou confiança de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, apoiará o pedido de novos financiamentos. “Acredito que é muito provável, porque os Estados Unidos descobriram que somos um parceiro confiável”, afirmou o presidente argentino.
O empréstimo atual da Argentina com o FMI, firmado em 2018, foi avaliado em 44 bilhões de dólares (R$ 272 bilhões). Recentemente, o país obteve alívio nas sobretaxas impostas a países altamente endividados, o que resultará em uma economia de 1,1 bilhão de dólares (R$ 6,8 bilhões) nos próximos três anos fiscais.
Javier Milei, conhecido por suas políticas ultraliberais, governa com minoria parlamentar e promove ajustes fiscais rigorosos. No entanto, a pobreza no país aumentou em 11 pontos percentuais durante seu governo, atingindo 52,9% da população.