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Filipinos demonstram paixão pelas armas em feira

A abundância de armas de fogo e acessórios atrai milhares de filipinos à feira, que, por sua vez, conta com aproximadamente 200 comerciantes

Armas da Taurus em exposição em feira: Visitantes aproveitam para manusear as armas antes de decidir se querem comprar (Getty Images)

Armas da Taurus em exposição em feira: Visitantes aproveitam para manusear as armas antes de decidir se querem comprar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 20h44.

Manila - Os modelos de rifles e pistolas mais recentes do mercado são expostos e vendidos em um ambiente familiar, a feira de armas de Manila, onde os pais mostram aos filhos sua paixão por estes artefatos.

A abundância de armas de fogo e acessórios atrai milhares de filipinos à feira, que, por sua vez, conta com aproximadamente 200 comerciantes e aparece como uma das mais aguardadas pelo público.

Percorrendo os corredores com tranquilidade, os visitantes aproveitam para manusear as armas antes de decidir se querem comprar.

'Tenho uma carabina M4M1 em casa e gostaria de fazer alguns disparos em algum campo de tiro. Sou louco pelas armas e também coleciono punhais', diz à Agência Efe Ariel Mesina, um visitante de 40 anos que estava na companhia do filho de sete.

'Ele também é um apaixonado. Às vezes, ele dispara no campo de tiro comigo', acrescenta o pai com orgulho.

Apesar de se tratar de uma feira de armas, o ambiente é muito familiar, e os visitantes passeiam com naturalidade pelos estandes. Muitos ainda aproveitam a oportunidade para tirar fotos, a sós e com a família, portando revólveres e rifles de grande calibre.

Nadette, uma mulher de 38 anos que caminha junto ao filho de seis pelo local com apatia, declara que não gosta de armas, mas acompanha seu marido que deseja comprar um novo revólver.


'Em casa já temos uma pistola. É importante para garantir nossa segurança no caso de alguém querer tentar nos roubar', comenta a mulher.

Anthony Delisay, de 43 anos, segue pelos movimentados corredores levando sobre o ombro sua filha de 14 meses.

'Viemos apenas para dar uma olhada. Eu só tenho uma carabina de ar comprimido porque sou um amante da caça. Mas, mesmo assim, procuramos vir todos os anos', explica.

Os vendedores, por outro lado, aproveitam a paixão dos filipinos pelas armas, mas confessam que não apreciam muito a grande quantidade de curiosos e de perguntas.

Dino Reyes, proprietário do fornecedor filipino Lynx Firearms, destaca que 'só a metade vai à feira com intenção de comprar, enquanto os outros apenas bisbilhotam. Mas, no geral, o evento sempre atrai novos entusiastas'.

Reyes explica que a maioria dos visitantes compra pistolas de pequeno porte, geralmente da marca filipina Armscore. Mas, as armas da fabricante brasileira Taurus e da argentina Bersa também são muito procuradas.

Os métodos para chamar a atenção do público são diversos: um dos comerciantes dispara sua pistola elétrica, que emite descargas de 3.800 volts, a cada 20 segundos, enquanto outro grita as virtudes da arma que carrega na mão. Em um dos estandes, o que chama atenção é a enorme cabeça de búfalo africano, caçado no Zimbábue, em 2008, com um dos rifles que está exposto.


'Isto é incrível! Em nenhuma feira do mundo encontrei um ambiente tão tranquilo. É muito fácil interagir com os clientes', declarou Sandro Amadini, um fabricante italiano especializado na venda de armas à polícia.

Segundo um site especializado (www.gunpolicy.org), nas Filipinas há mais de 3,9 milhões de armas legais em poder de civis, para uma população de 95 milhões de habitantes.

O elevado número de armas nas mãos de civis possui uma relação direta com a facilidade de se obter uma licença, garantida após um curso sobre leis de posse de armas, e com o baixo preço - uma pistola por US$ 122, por exemplo.

'Nas Filipinas não é nada difícil possuir uma arma, basta não ter antecedentes criminais', admite Ramón Quinto, especialista da Associação Filipina de Prática de Tiro.

A feira de armas de Manila, que atrai fabricantes e fornecedores de todo mundo, é realizada duas vezes ao ano há duas décadas.

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