Mundo

Filha de Brigitte Macron defende mãe de ataques de Bolsonaro e Guedes

Após as declarações de Bolsonaro e Guedes, Thipaine Auzières, a filha da primeira-dama francesa criou um movimento de denúncia de comportamentos misóginos

Filha de Brigitte Macron diz que França não é exemplo quando se trata de misoginia (Twitter/Reprodução)

Filha de Brigitte Macron diz que França não é exemplo quando se trata de misoginia (Twitter/Reprodução)

E

EFE

Publicado em 8 de setembro de 2019 às 12h34.

Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 10h54.

Paris — Thipaine Auzières, filha da primeira-dama francesa, Brigitte Macron, e do banqueiro André-Louis Auzière defendeu a mãe dos ataques do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, e afirmou que pretende gerar um movimento de denúncia dos comportamentos misóginos.

Em vídeo divulgado no Twitter, Auzières mostra a impressão de uma matéria da emissora "RTL" intitulada "Brigitte Macron 'feia mesmo', diz ministro de Bolsonaro". A matéria reproduz a fala de Guedes gravada durante uma palestra em Fortaleza na quinta-feira passada.

Em entrevista à emissora "France Info" neste sábado, Auzières, que tem 35 anos e é advogada, explicou que sua iniciativa busca incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo "para lutar contra a misoginia ordinária".

No vídeo postado na rede social, a filha de Brigitte Macron explica que não se trata de dar lições a outros países porque "a França não esteve isenta" desse tipo de comportamento. Auzières recapitula alguns episódios de ataques a deputadas por serem mulheres ocorridos em 2012 e 2013 na Assembleia Nacional.

"Que todos juntos e a partir de amanhã reajamos, nos impliquemos nas nossas famílias, nas nossas empresas e nas urnas para que todos juntos denunciemos os nossos misóginos", ressaltou.

As alusões ao físico de Brigitte Macron surgiram em meio ao bate-boca entre França e Brasil, após Macron se indignar pela magnitude dos incêndios na Amazônia no final de agosto e acusar Bolsonaro de não cumprir compromissos ambientais, motivo pelo qual não apoiaria o acordo entre Mercosul e União Europeia.

Em resposta a um internauta que comparou a primeira-dama francesa com a brasileira, Michelle, Bolsonaro escreveu no Facebook: "não humilha cara. Kkkkkkk", postagem que repercutiu mundialmente e foi apagada após inúmeras críticas ao presidente.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu o comentário do presidente Bolsonaro e arrancou risos da platéia durante um evento em Fortaleza na última semana. Guedes reconheceu que Bolsonaro chamou a mulher do presidente francês, Emmanuel Macron de feia e concordou com a afirmação. “A mulher é feia mesmo”, disse.

No dia seguinte, Ministério da Economia emitiu um comunicado que indicava que o titular da pasta, Paulo Guedes, pediu desculpas pela declaração sobre a primeira-dama da França.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaEmmanuel MacronFrançaGoverno BolsonaroJair BolsonaroMulheresPaulo Guedes

Mais de Mundo

Crise política afeta economia da Coreia do Sul

Geórgia se prepara para a posse de um presidente com posições ultraconservadoras e antiocidentais

Ataques israelenses matam ao menos 48 pessoas na Faixa de Gaza nas últimas 24h

Yoon autorizou exército sul-coreano a atirar para impor a lei marcial, segundo MP