Fifa: relatório foi entregue à Fifa em setembro (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 18h26.
Paris - A Fifa justificou nesta sexta-feira o fato de não publicar na íntegra o relatório Garcia, sobre a atribuição das sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022, alegando que isso colocaria a entidade numa "situação jurídica muito delicada".
"Publicar este relatório na íntegra colocaria a comissão de ética da Fifa e a Fifa como um todo, numa situação jurídica muito delicada", explicou Hans-Joachim Eckert, presidente da Câmara de julgamento da Comissão de Ética, em entrevista publicado no site da Fifa.
O relatório foi entregue à Fifa em setembro por Michael Garcia, ex-procurador federal americano, e ainda não foi publicado.
O presidente da entidade, Joseph Blatter, explicou recentemente que a publicação poderia comprometer a confidencialidade dos testemunhas.
"Precisamos respeitar os direitos das pessoas mencionadas no relatório, o que pode ser comprometido caso se proceda à sua publicação integral. Michael Garcia nunca disse que o relatório devia ser publicado na totalidade", enfatizou Eckert.
"Ele disse simplesmente que seu relatório deveria ser publicado de forma apropriada", esclareceu.
"O vice-presidente da Câmara de Adjuntoria e eu agora temos a tarefa de elaborar a forma apropriada de publicação. Parte do meu exame atual envolve decidir de que forma essa publicação apropriada vai acontecer, se isso significa a divulgação de uma declaração sobre o relatório da investigação ou se certas partes do relatório do inquérito serão publicadas, mantendo o anonimato, ou mesmo uma combinação dessas possibilidades", avisou.
Ecket confirmou que publicaria até o meio do mês de novembro uma "declaração" sobre o relatório Garcia
"A declaração vai conter um resumo do relatório da investigação, um sumário com as principais revelações, conclusões e recomendações, bem como uma breve avaliação do mesmo", completou.
Em 2010, a organização das Copas do Mundo de 2018 e 2022 foram atribuídas à Rússia e ao Catar, respectivamente, numa eleição polêmica, manchada por várias acusações de corrupção.
Vários altos dirigentes pressionam o comitê executivo da Fifa para publicar o relatório, como o presidente da Uefa, Michel Platini, ou o vice-presidente da Fifa, Ali Bin Al Hussein.