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Fidel pede que Coreia e EUA evitem guerra nuclear

O líder cubano afirmou que em uma guerra, os povos da península asiática seriam terrivelmente sacrificados


	Fidel Castro ao lado do irmão, Raul, que o sucedeu na presidência de Cuba: Fidel ressalta "a gravidade de um fato tão incrível e absurdo como é a situação criada na península da Coreia"
 (Ismael Francisco/AFP)

Fidel Castro ao lado do irmão, Raul, que o sucedeu na presidência de Cuba: Fidel ressalta "a gravidade de um fato tão incrível e absurdo como é a situação criada na península da Coreia" (Ismael Francisco/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 11h59.

Havana - O líder cubano Fidel Castro convocou nesta sexta-feira Pyongyang e Washington a evitar uma guerra nuclear, na qual os povos da península asiática seriam terrivelmente sacrificados e o presidente Barack Obama seria visto como "personagem mais sinistro" da história dos Estados Unidos.

"Se uma guerra explodir ali, os povos de ambas as partes da Península (Coreana) serão terrivelmente sacrificados, sem benefício para nenhum deles", afirma Castro em um artigo publicado na primeira página do jornal oficial Granma.

Acrescenta que "se um conflito desta índole explodir ali, o governo de Barack Obama em seu segundo mandato seria sepultado por um dilúvio de imagens que o apresentariam como o personagem mais sinistro da história dos Estados Unidos".

Castro, de 86 anos, afastado do poder desde 2006 por uma grave crise de saúde, afirma ao governo norte-coreano que "agora que demonstrou seus avanços técnicos e científicos, lembramos seus deveres com os países que foram seus grandes amigos, e não seria justo esquecer que tal guerra afetaria de modo especial mais de 70% da população do planeta".

Em referência a Washington, Castro afirma que "o dever de evitar (o conflito) também é seu e do povo dos Estados Unidos".

Retomando seu costume de publicar artigos sob o nome de "Reflexões", que havia sido interrompido em 19 de junho de 2012, Castro ressalta "a gravidade de um fato tão incrível e absurdo como é a situação criada na península da Coreia, em uma área geográfica onde se agrupam quase 5 das 7 bilhões de pessoas que neste momento habitam o planeta".

Lembra que teve "a honra de conhecer Kim Il Sung, uma figura histórica, notavelmente valente e revolucionária" e que a Coreia do Norte "sempre foi amistosa com Cuba, como Cuba sempre foi e continuará sendo com ela".

A crise na península se agravou nesta sexta-feira, depois que a Coreia do Norte transportou um segundo míssil de médio alcance a sua costa oriental e o colocou sobre um lança-mísseis móvel, segundo a agência sul-coreana Yonhap.

Esta manobra aumenta os temores de um disparo iminente, que agravaria uma situação já considerada explosiva na região.

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