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Fatah e Hamas chegam a 'entendimento' sobre divergências

Encontro terminou com resolução sobre questões da formação de um governo provisório e da fixação de datas para as eleições

Protesto na Palestina pede unidade entre facções: Egito mediou conversas entre Hamas e Fatah (Said Khatib/AFP)

Protesto na Palestina pede unidade entre facções: Egito mediou conversas entre Hamas e Fatah (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 14h48.

Cairo - Representantes das facções palestinas rivais Fatah e Hamas chegaram nesta quarta-feira no Egito a "um entendimento" sobre os temas em que discordavam, incluindo os referentes a formação de um governo e eleições.

Uma fonte egípcia de alta representatividade, não identificada, informou que "o entendimento" aconteceu durante as negociações realizadas nesta quarta-feira no Cairo entre uma delegação do grupo nacionalista Fatah, presidida por Azzam al-Ahmad, e outra da organização Hamas, liderada por Moussa Abu Marzouk, segundo a agência "Mena".

Um comunicado oficial, publicado pouco após pela mesma agência de notícias, explicou que a reunião desta quarta-feira ocorreu depois de um convite do Egito às facções palestinas para realizar consultas vinculadas sobre a reconciliação.

"As consultas terminaram com um entendimento total nos assuntos de estudo como a formação de um Governo provisório com funções definidas e a fixação de uma data para as eleições", aponta a nota.

O texto acrescenta que o Egito vai convocar nos próximos dias uma reunião global, incluindo todas as facções e forças políticas palestinas, para assinar um acordo de consenso nacional no Cairo.

Uma fonte palestina no Egito, que pediu anonimato, precisou à Efe que por enquanto se trata de um "entendimento", não significa que um acordo tenha sido alcançado.


A fonte ressaltou que as conversas entre as delegações ainda continuam e que destas participam seis membros do Hamas e três do Fatah.

Segundo a rede de televisão "Al Jazeera", as negociações entre as facções estão transcorrendo em um ambiente positivo e sob a mediação do novo chefe dos serviços secretos egípcios, Murad Muafi.

O especialista palestino independente Abdel Qader Yassine disse à Agência Efe por telefone que ainda é cedo demais para um entendimento porque o "Hamas deseja uma participação maior de seus membros nas forças de segurança".

"Os requisitos (para um acordo) agora são mais complicados porque o Hamas exige mais e o Fatah está em uma posição muito frágil porque (o ex-presidente egípcio, Hosni) Mubarak o apoiava", apontou Yazin.

Yassine considerou que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, "não poderá chegar a uma reconciliação com o Hamas porque Israel não a deseja".

Trata-se da primeira reunião no Egito entre delegações do Fatah e do Hamas após o triunfo da revolução que acabou com a renúncia do presidente Hosni Mubarak em 11 de fevereiro.

Hamas e Fatah governam de forma separada Gaza e Cisjordânia, respectivamente, desde que os primeiros tomaram o poder pela força na faixa no verão de 2007.

O grupo islamita venceu um ano antes as eleições legislativas palestinas. Todos os esforços realizados até o momento para a reconciliação nacional foram infrutíferos.

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