Fantasma de Chávez domina eleição na Venezuela
A voz gravada do ex-presidente ressoa nos comícios de seu herdeiro político, o presidente interino Nicolás Maduro
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 15h14.
Caracas - Semanas após sua morte, o líder socialista venezuelano Hugo Chávez ainda conduz os partidários no canto do hino nacional.
A voz gravada do ex-presidente ressoa nos comícios de seu herdeiro político, o presidente interino Nicolás Maduro, que se posiciona sob cartazes com o rosto de Chávez e acena para multidões carregando cartazes com o nome dele.
Maduro, que é o favorito para ganhar uma eleição desencadeada pela morte de Chávez no mês passado, raramente perde a chance de citar o homem que muitos venezuelanos conhecem como "El Comandante".
"Todas as profecias de Hugo Chávez, o profeta de Cristo nesta terra, tornaram-se realidade", entoou Maduro em um comício comemorando o aniversário da libertação do ex-presidente da prisão por liderar um fracassado golpe em 1992.
"Na eternidade, ou onde quer que esteja, você deve estar orgulhoso porque você deixou ao nosso povo a maior herança de todas: uma nação livre e independente no caminho para o socialismo", disse ele sobre o homem amado por seus defensores como um salvador, mas execrado por adversários como um ditador.
Buscando explorar a emoção após a morte do ex-líder, a campanha presidencial de Maduro colocou a imagem de Chávez em quase tudo, exceto a cédula.
Dos discursos retumbantes celebrando os dias de Chávez como um conspirador militar de esquerda a histórias contadas em voz baixa dos seus dias finais sofrendo de câncer, Maduro fez do fantasma de Chávez a peça central de sua campanha.
Pesquisas mostram o ex-motorista de ônibus de 50 anos, a quem Chávez nomeou seu sucessor antes de morrer, à frente do candidato da oposição Henrique Capriles por, pelo menos, 14 pontos percentuais.
Ele aproveita os amplos gastos do Estado para apoiar sua candidatura, e tem usado a celebração do legado de Chávez para manter a atenção longe da alta inflação, escassez de produtos e uma das maiores taxas mundiais de criminalidade violenta.
Balões para Chávez
Em um comício, um cheque simbólico de dividendos de uma empresa de telefonia que Chávez nacionalizou foi amarrado a balões de hélio vermelhos e lançado para o céu para agradecer-lhe por uma onda de aquisições estatais que colocaram grande parte da economia sob controle do governo.
A gravação de Chávez cantando o hino geralmente termina com ele gritando "Viva a Venezuela!", e em seguida é cortada para um silêncio constrangedor antes de Maduro falar.
Embora não tão onipresente, a sombra de Chávez também aparece na campanha da oposição.
Cruzando o país em uma cruzada semelhante à de 2012 contra Chávez, Capriles frequentemente invoca o ex-líder -- mas para tentar depreciar Maduro como uma imitação fraca do ex-chefe.
"Nicolás, você não é Chávez!", diz ele.
Estrategistas da oposição e partidários estão intimidados e revoltados com o que veem como a exploração grosseira do nome do líder falecido pelo governo.
"Eles deveriam deixá-lo descansar em paz agora. Em nosso país, não se mexe com os mortos, nós os deixamos quietos para desfrutar de seu descanso eterno", disse Elmira Pereira, de 33 anos, uma lojista que participava de um comício de Capriles.
Caracas - Semanas após sua morte, o líder socialista venezuelano Hugo Chávez ainda conduz os partidários no canto do hino nacional.
A voz gravada do ex-presidente ressoa nos comícios de seu herdeiro político, o presidente interino Nicolás Maduro, que se posiciona sob cartazes com o rosto de Chávez e acena para multidões carregando cartazes com o nome dele.
Maduro, que é o favorito para ganhar uma eleição desencadeada pela morte de Chávez no mês passado, raramente perde a chance de citar o homem que muitos venezuelanos conhecem como "El Comandante".
"Todas as profecias de Hugo Chávez, o profeta de Cristo nesta terra, tornaram-se realidade", entoou Maduro em um comício comemorando o aniversário da libertação do ex-presidente da prisão por liderar um fracassado golpe em 1992.
"Na eternidade, ou onde quer que esteja, você deve estar orgulhoso porque você deixou ao nosso povo a maior herança de todas: uma nação livre e independente no caminho para o socialismo", disse ele sobre o homem amado por seus defensores como um salvador, mas execrado por adversários como um ditador.
Buscando explorar a emoção após a morte do ex-líder, a campanha presidencial de Maduro colocou a imagem de Chávez em quase tudo, exceto a cédula.
Dos discursos retumbantes celebrando os dias de Chávez como um conspirador militar de esquerda a histórias contadas em voz baixa dos seus dias finais sofrendo de câncer, Maduro fez do fantasma de Chávez a peça central de sua campanha.
Pesquisas mostram o ex-motorista de ônibus de 50 anos, a quem Chávez nomeou seu sucessor antes de morrer, à frente do candidato da oposição Henrique Capriles por, pelo menos, 14 pontos percentuais.
Ele aproveita os amplos gastos do Estado para apoiar sua candidatura, e tem usado a celebração do legado de Chávez para manter a atenção longe da alta inflação, escassez de produtos e uma das maiores taxas mundiais de criminalidade violenta.
Balões para Chávez
Em um comício, um cheque simbólico de dividendos de uma empresa de telefonia que Chávez nacionalizou foi amarrado a balões de hélio vermelhos e lançado para o céu para agradecer-lhe por uma onda de aquisições estatais que colocaram grande parte da economia sob controle do governo.
A gravação de Chávez cantando o hino geralmente termina com ele gritando "Viva a Venezuela!", e em seguida é cortada para um silêncio constrangedor antes de Maduro falar.
Embora não tão onipresente, a sombra de Chávez também aparece na campanha da oposição.
Cruzando o país em uma cruzada semelhante à de 2012 contra Chávez, Capriles frequentemente invoca o ex-líder -- mas para tentar depreciar Maduro como uma imitação fraca do ex-chefe.
"Nicolás, você não é Chávez!", diz ele.
Estrategistas da oposição e partidários estão intimidados e revoltados com o que veem como a exploração grosseira do nome do líder falecido pelo governo.
"Eles deveriam deixá-lo descansar em paz agora. Em nosso país, não se mexe com os mortos, nós os deixamos quietos para desfrutar de seu descanso eterno", disse Elmira Pereira, de 33 anos, uma lojista que participava de um comício de Capriles.