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Ataque contra hotéis e igrejas deixa mais de 200 mortos no Sri Lanka

Além dos mortos, cerca de 469 pessoas ficaram feridas em atentados durante as celebrações da Páscoa

Explosão em hotel no Sri Lanka (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

Explosão em hotel no Sri Lanka (Dinuka Liyanawatte/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de abril de 2019 às 07h56.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 10h20.

Colombo — Uma série de explosões simultâneas em quatro hotéis, um complexo de casas e três igrejas no Sri Lanka deixou pelo menos 207 mortos, entre eles há estrangeiros, e 450 pessoas feridas.

Após as oito explosões, o Governo decretou estado de emergência em todo o país e a polícia impôs toque de recolher diante do temor de novos ataques.

As seis primeiras explosões ocorreram de forma coordenada por volta das 8h45 local (23h30, de sábado em Brasília) em pelo menos três hotéis de luxo de Colombo e também em uma igreja da capital, outra em Katana, no oeste do país, e a terceira em Batticaloa, no leste da ilha, explicou Ruwan Gunasekara, porta-voz da polícia do Sri Lanka.

A sétima detonação, que deixou dois mortos, ocorreu horas mais tarde em um pequeno hotel situado ao lado do zoológico de Dehiwala, um subúrbio próximo ao centro de Colombo, enquanto a oitava e última, até o momento, aconteceu em um complexo de casas na região de Dermatagoda, também na capital.

Imagens divulgadas pela imprensa local e nas redes sociais mostram a magnitude da explosão em pelo menos uma das igrejas, com o teto do templo semidestruído, escombros e pessoas no chão enquanto outros presentes tentam socorrê-las.

Por enquanto, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques coordenados.

Segundo alguns veículos de imprensa, WhatsApp, Viber e Facebook foram bloqueados temporariamente como forma de prevenção à divulgação de notícias falsas, enquanto outras fontes indicam que as redes móveis e internet estão saturadas e quase não funcionam.

"Por favor, mantenham a calma e não sejam enganados por rumores", afirmou o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, em mensagem à nação.

O primeiro-ministro do país, Ranil Wickremesinghe, liderou uma reunião de emergência com altos comandantes das forças de segurança e outros membros do Governo, entre eles o ministro para as Reformas Econômicas e a Distribuição Pública, Harsha de Silva, que deu detalhes do encontro na rede social Twitter.

Silva pediu "calma" e "atuação com responsabilidade", ao mesmo tempo que se mostrou comovido pelo que tinha visto após visitar vários lugares atacados.

"Cenas horríveis. Vi membros amputados por todos lados. Equipes de emergência estão desdobradas em todos os pontos. (...) Levamos muitas vítimas ao hospital, esperamos ter salvo muitas vidas", relatou o ministro.

O Ministério da Educação anunciou o fechamento de todos os colégios do país amanhã e na terça-feira.

A comunidade internacional reagiu com comoção diante da tragédia, como líderes e autoridades de países vizinhos - Índia, Paquistão e Indonésia -, e também da União Europeia (UE), da Alemanha, da Bélgica, da Holanda, da Espanha, da Áustria e da Turquia, assim como as Igrejas Cristãs na Terra Santa.

Os ataques contra minorias religiosas na ilha foram frequentes no passado, os últimos de relevância em 2018, quando o Governo teve que declarar estado de emergência depois de enfrentamentos entre muçulmanos e cingaleses budistas com dois mortos e dezenas de detidos.

No Sri Lanka a população cristã representa 7,4%, enquanto os budistas são 70,2%, os hinduístas são 12,6% e os muçulmanos 9,7%, segundo dados do censo de 2011.

No entanto, atentados desta magnitude não aconteciam no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o Governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que deixou segundo dados da ONU mais de 40 mil civis mortos.

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