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Êxito de Lula está relacionado à capacidade de aglutinar

Segundo especialista, o segredo do ex-presidente foi manter uma grande quantidade de coletivos ao seu redor, em um dos países de maior diversidade étnica do mundo

Para analista, a popularidade de Lula voltou a colocar o Brasil no mapa da geopolítica internacional
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Para analista, a popularidade de Lula voltou a colocar o Brasil no mapa da geopolítica internacional (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2011 às 10h01.

Barcelona - O segredo do sucesso do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva foi sua capacidade de aglutinar uma grande quantidade de coletivos ao seu redor, em um dos países de maior diversidade étnica do mundo, segundo o especialista brasileiro Flavio Carvalho.

Nesta quarta-feira, o sociólogo e fundador da entidade de cooperação Coletivo Brasil Catalunya participará de um ciclo de conferências na Casa da América, em Barcelona, dedicadas a analisar a figura do ex-presidente, desde seu início na vida política como sindicalista até o fim de seu segundo mandato, com 80% de popularidade.

"Sua política não se baseou nas classes sociais. Não tinha espírito revolucionário, mas reformista. Assim, tirou 18 milhões de brasileiros da pobreza e fez mais pelo país que todos os outros presidentes juntos", disse Carvalho em entrevista concedida à Agência Efe.

Esta popularidade, moldada à base de políticas afins aos movimentos sociais e à proximidade com os cidadãos, voltou a colocar o Brasil no mapa da geopolítica internacional.

Segundo o especialista, o país está entre Oriente e Ocidente, entre o norte e sul. "Lula aproveitou esta situação e colocou o Brasil como um enlace entre estas duas realidades. Além disso, prestou especial atenção ao terceiro mundo", avaliou.

Esta importância em nível internacional rendeu-lhe a organização de uma Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, os dois desafios futuros do país, e fez com que sua popularidade aumentasse ainda mais, acrescenta.

Este prestígio do ex-presidente explica, segundo a opinião de Carvalho, o fato de ter "conseguido" eleger sua sucessora, uma mulher que lutou contra a ditadura, que é filha de imigrantes e que nunca tinha tido experiência em uma eleição.

Este crescimento e desenvolvimento do país tem uma contrapartida: "Os brasileiros acham que o futuro já chegou. Eles têm a sensação que tudo está terminado, e a sociedade tem que lutar para regular todos os problemas que ainda existem, como a grande desigualdade social", adverte o sociólogo.

O ciclo dedicado a Lula na Casa América de Barcelona inclui a projeção de vários documentários e filmes sobre a história recente do Brasil e a figura do ex-presidente, assim como mesas-redondas e conferências de especialistas em política e sociologia.

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