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Exército sírio perde homens, e oposição ameaça recorrer ao exterior

Forças de Bashar al-Assad sofrem com mortes, deserções e aumento da pressão internacional

Os rebeldes ameaçam pedir uma intervenção internacional na Síria (Bulent Kilic/AFP)

Os rebeldes ameaçam pedir uma intervenção internacional na Síria (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 20h17.

Damasco - O Exército sírio perdeu mais soldados nesta quarta-feira, com sete mortes em confrontos e 30 deserções, no momento em que a oposição ameaçava pedir uma intervenção estrangeira para proteger os civis da repressão.

O regime do presidente Bashar al-Assad lançou um forte ataque contra a Liga Árabe, acusada de "desestabilizar" a Síria.

"Confrontos foram registrados entre soldados e homens armados, que, visivelmente eram desertores, na cidade (na fronteira com o Líbano) de Joussiyé e na cidade vizinha de Qousseir (centro), deixando pelo menos sete mortos e outras pessoas feridas", afirmou o presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, por telefone à AFP.

Por outro lado, "o Exército Livre da Síria - Brigada Omar Ibn Khattab" publicou um comunicado em sua página no Facebook segundo o qual "um grupo da Brigada Omar Ibn Khattab destruiu um blindado na fronteira sirio-libanesa na cidade de Joussiyé".

Ele anuncia também que 30 soldados desertaram com quatro tanques e que trocas de tiros ocorreram com o Exército regular deixando 40 mortos entre os soldados leais ao regime na estrada na entrada de Joussiyé.

O "Exército Sírio Livre" é uma força de oposição armada que teve sua criação anunciada em julho por um coronel desertor refugiado na Turquia, o coronel Riad al-Assad.

Os militares enfrentam uma oposição armada cada vez mais forte, que intensificou os ataques nos últimos dias. Na segunda-feira, onze soldados foram mortos.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, ameaçou nesta quarta-feira pedir uma intervenção da comunidade internacional para proteger os civis da repressão "irresponsável" realizada por Damasco.

"Se o regime continuar a ser irresponsável --e nós notamos que durante as últimas 48 horas ele respondeu à iniciativa árabe com mais matanças, com 35 mortos em Homs-- neste caso, nosso principal objetivo é pedir que os civis sejam protegidos", declarou um dos membros do CNS, Najib Ghadbian, em visita à Líbia.


Essa ajuda externa pode, segundo ele, tomar a forma de uma zona tampão ou de uma zona de exclusão aérea, no mesmo modelo da decretada pelas Nações Unidas na Líbia para proteger os civis da violenta repressão das forças do líder deposto Muamar Kadhafi.

"Isso não é a mesma coisa do que pedir uma intervenção militar de forças estrangeiras", insistiu, durante esta visita ao único país a reconhecer o CNS como único representante legítimo do povo sírio.

A Liga Árabe pediu no domingo a realização de uma "conferência de diálogo nacional" no Cairo entre o governo sírio e a oposição, para pôr fim à violência e "evitar uma intervenção estrangeira".

A iniciativa visa, segundo o regime de Damasco, a "desestabilizar" a Síria.

"Não é mais surpreendente ver a Liga Árabe, que deveria se concentrar em uma ação árabe comum, se transformar em um instrumento de injustiça para desestabilizar a Síria", considerou nesta quarta o jornal do governo As Saoura.

Para o jornal, a organização com sede no Cairo "virou refém das forças dominantes que atuam em conformidade com uma agenda ditada por países agressores, como os Estados Unidos e Israel e seus aliados europeus".

"Após anos de inatividade, a Liga Árabe se transforma hoje em um instrumento de desestabilização, atuando contra os interesses árabes", acusou ele.

O delegado da Síria na Liga Árabe, Youssef Ahmad, denunciou "um complô" contra seu país e acusou "grupos terroristas armados" de estarem por trás da violência em Syrieavait durante a reunião de domingo dos ministros árabes das Relações Exteriores no Cairo.

Segundo a ONU, mais de 3.000 pessoas, em sua maioria civis, morreram desde 15 de março durante a repressão na Síria, que nesta quarta-feira deixou pelo menos 17 mortos, a maioria na cidade de Homs e nas imediações (centro), segundo o OSDH.

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