Jorge Cuba: a Justiça peruana determinou há alguns dias sua prisão preventiva por 18 meses, sob a suspeita de que ele recebeu 2 milhões de dólares pagos pela Odebrecht (Guadalupe Pardo/Reuters)
AFP
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 20h38.
Jorge Cuba, ex-vice-ministro de Transporte do segundo governo de Alan García (2006-2011), foi detido nesta terça-feira (31) no aeroporto de Lima, após seu retorno ao país, acusado de receber subornos por dois milhões de dólares da Odebrecht.
Cuba é o primeiro ex-funcionário peruano de alto escalão acusado pelo Ministério Público de ser beneficiário do pagamento de subornos para entregar a concessão da Linha 1 do Metrô de Lima à construtora.
O ex-funcionário chegou a Lima procedente de Miami e foi preso pela Polícia para ser interrogado pelo procurador Hamilton Castro, chefe da equipe que investiga os subornos da Odebrecht e de outras empresas brasileiras a funcionários públicos peruanos, informou à imprensa Luis Peña, advogado de Cuba.
"Vou colaborar com a Justiça", gritou Cuba, ao ser levado.
A Justiça peruana determinou há alguns dias sua prisão preventiva por 18 meses, sob a suspeita de que ele recebeu 2 milhões de dólares dos mais de 7 milhões de dólares pagos pela empreiteira pela licitação da obra.
Peña disse que seu cliente se submeterá a todas as decisões judiciais. Afirmou ainda que está avaliando a situação de Cuba com base nas acusações que pesam contra ele e, então, decidirá como colaborar com as autoridades.
Cuba é o terceiro membro do segundo governo de García (2006-20011) que se encontra detido acusado de receber propina da construtora. Estão presos um funcionário do Ministério dos Transportes e um integrante do comitê que licitou a obra do metrô.
A Odebrecht admitiu o pagamento de subornos no Brasil e em vários países da América Latina.
No Peru, reconheceu subornos a funcionários públicos peruanos por 29 milhões de dólares em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014. A população exige do governo maior celeridade nas prisões dos envolvidos.
Uma comissão do Congresso investiga o tema, e a empresa chegou a um acordo de delação com a Justiça.
O período compreende os governos de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala. Os ex-presidentes Toledo e Humala já são investigados por lavagem de dinheiro.